Um estudo recente sugere que a oposição a atletas transgêneros pode estar mais ligada a motivações ideológicas do que a um interesse genuíno em proteger as oportunidades atléticas de mulheres biológicas. A pesquisa intitulada “Saving Women’s Sports? The Ideological Underpinnings of U.S. Public Opinions About Trans* Athlete Rights and Sex Testing, Before Widespread Politicization”, publicada na revista Sociology of Sport, encontrou que a resistência aos direitos de atletas trans está associada a crenças sobre a aparência física das mulheres, atitudes negativas em relação às atletas femininas e visões homofóbicas.
Os pesquisadores Chris Knoester, da Ohio State, e Kirsten Hextrum, da Oregon State, foram motivados pela crescente politização do debate sobre os direitos trans no esporte. Knoester, sociólogo e diretor da Iniciativa Esportes e Sociedade, destacou a importância de abordar o abuso e a discriminação que pessoas trans enfrentam no contexto esportivo. Hextrum, autora do livro “Special Admission: How College Sports Recruitment Favors White Suburban Athletes”, observou que a pesquisa anterior indicava uma relação entre visões anti-trans e crenças ortodoxas sobre gênero no esporte, o que poderia resultar em políticas que restringem as oportunidades nas competições femininas.
Os dados revelaram que pessoas que consideram as atletas femininas menos dignas de atenção, apoio e cobertura midiática eram mais propensas a se opor à inclusão de transgêneros no esporte. Aqueles que discordaram da afirmação “Os esportes femininos merecem a mesma quantidade de cobertura midiática que os esportes masculinos” demonstraram significativamente menos apoio aos direitos de atletas trans. A pesquisa sugere que o movimento para “salvar os esportes femininos” é, na verdade, mais um projeto ideológico e estratégia política do que um verdadeiro esforço para promover e apoiar as mulheres em competições esportivas.
Os pesquisadores também reconheceram limitações em seu estudo, como a coleta de dados não aleatória e a falta de oportunidades para os participantes expressarem suas crenças de forma mais detalhada. Além disso, os dados foram coletados em um único período (2018-2019), o que pode não refletir as mudanças nas atitudes desde então. A pesquisa utilizou um asterisco na palavra “trans” para abranger a diversidade de identidades de gênero que não se encaixam nas categorias tradicionais de sexo biológico.
Esses achados são cruciais para a comunidade LGBTQ+, pois destacam a necessidade de um diálogo mais aberto e inclusivo sobre os direitos de atletas trans, além de um reconhecimento do valor dos esportes femininos como um espaço de igualdade e respeito.
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