Um novo estudo realizado pela Aliança Nacional LGBTI+, em parceria com o Plano CDE e o Instituto Unibanco, revelou dados alarmantes sobre a insegurança que 86% dos estudantes LGBTI+ enfrentam nas escolas brasileiras. A pesquisa, que envolveu 1.349 estudantes maiores de 16 anos entre agosto de 2024 e janeiro de 2025, identificou que a expressão de gênero, aparência e orientação sexual são os principais fatores que contribuem para essa insegurança no ambiente educacional.
Os resultados foram apresentados no dia 16 de abril de 2025 e mostram que 90% dos entrevistados relataram ter sofrido agressões verbais, enquanto 34% enfrentaram violência física. O índice de violência física entre pessoas trans e travestis é ainda mais alarmante, alcançando 38%. Além disso, 31% dos jovens LGBTI+ afirmaram ter sido vítimas de cyberbullying, destacando a necessidade urgente de atenção a essa questão.
A pesquisa também revelou que 35% dos alunos identificaram professores como agressores, o que levanta preocupações sobre o papel da escola na promoção de um ambiente seguro e acolhedor. Um exemplo chocante vem da experiência de Maria, mãe de um adolescente trans, que relatou que seu filho foi chamado pelo nome que não o representa durante a chamada escolar, o que resultou em provocações por parte dos colegas.
Maria é parte do coletivo Mães pela Diversidade, que apoia famílias com filhos LGBTIAPN+ em Brasília. Ela enfatiza que a escola é um dos maiores fatores de estresse para esses jovens, especialmente para aqueles que não têm apoio familiar. A pesquisa indica que 39% dos estudantes nunca compartilharam suas experiências de bullying com ninguém. Apenas 31% buscaram apoio nas instituições de ensino, e, alarmantemente, 69% desses relatam que nenhuma ação foi tomada.
A professora de psicologia Jaqueline Gomes de Jesus, do Instituto Federal do Rio de Janeiro, destaca a gravidade dos dados sobre saúde mental encontrados no estudo. Enquanto cerca de 4% da população brasileira pode experimentar transtorno de estresse pós-traumático em algum momento da vida, o estudo revelou que 44% dos estudantes LGBTI+ entrevistados já sofreram de sintomas relacionados a essa condição.
Além disso, 94% dos estudantes relataram ter se sentido deprimidos no mês que antecedeu o questionário, e 47% afirmaram ter faltado à escola devido à insegurança. O presidente da Aliança Nacional LGBT+, Tony Reis, fez um apelo por ações concretas e pela promulgação de uma resolução no Conselho Nacional de Educação para abordar essas questões. Ele enfatiza que a violência nas escolas deve ser uma preocupação coletiva, independentemente de ideologias políticas, e que é preciso garantir um ambiente seguro para todos os alunos.
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