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Estudos sobre comportamento de consumo podem impulsionar o Mercado Gay

Nos meses de maio e junho – que antecedem a maior Parada Gay do Brasil, a de São Paulo –, veículos grandes e pequenos com diferentes focos começam a colocar em suas pautas a homossexualidade como tema central. Em muitos casos, a abordagem dada esta relacionada ao alto poder de consumo dos homossexuais e as oportunidades de negócios que podem ser geradas.

Geralmente essas pautas não trazem muitos dados estatísticos além da informação não comprovada de que cerca de 10% da população é composta por gays e lésbicas, sendo em torno de 19 milhões de pessoas neste nicho, consideradas consumidores em potenciais aqueles com mais de 15 anos.

Todos os dados são hipotéticos e os mais precisos que existes são recortes de um determinado público, obtidos através de pesquisas que as maiores empresas do segmento realizam com seus leitores e clientes, assim como o site e revista A Capa, o site de relacionamento Disponivel.com e o portal Mix Brasil.

Esses dados são apresentados às agencias individualmente pelos representantes comerciais das empresas, mas ainda é necessário um ponto antes desse: convencer os grandes anunciantes de que este mercado existe de fato, é rentável e que o produto dele será bem aceito e, com isso, a campanha será um sucesso.

Antes de convencer um grande cliente ou agência de que o produto é bom, profissionais de vendas de empresas gays precisam convencer de que é rentável anunciar e vende para este público, não bastam dados recortados. Uma agência não vai apostar em um público que ela desconhece e em empresas que para eles são novas.

Dados estatísticos são sempre um bom argumento. No entanto, precisam traçar um cenário mais amplo do que simplesmente mostrar o perfil do público de uma determinada empresa, é preciso mostrar quem são os homossexuais, o que consomem, quanto consomem, de que maneira aderem às novas marcas e assim será bem mais fácil colocar na cabeça de alguém que está desconectado dessa realidade que é um mercado promissor.

O que falta no Brasil, assim como em outros países, são pesquisas realizadas por órgãos isentos e de confiabilidade desse empresariado – principalmente agências. Com isso será bem mais fácil vender o mercado – e consequentemente o produto – para grandes empresas.

Instituições que representam grupos de empresários, como Fiesp e Fecomércio, encomendam pesquisas do mais variados tipos para sustentar a importância de seus mercados e isso falta para o mercado gay. é preciso que um órgão independente trace esse perfil e o empresário passe a utilizar os dados em suas estratégias de vendas, será bom para o crescimento do mercado, das empresas e isso irá refletir na sociedade como um todo.

*Erik Galdino é programador e jornalista. Já viajou quase todos os estados do Brasil para conhecer a vida gay local e em 8 anos trabalhando no mercado gay já participou da concepção e desenvolvimento de projetos de sites (noticiosos e adulto) e revistas.

 

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