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Eu e o HIV

A revista A Capa número 10 já está mais que rodada. A número onze, a gente fecha esta semana e na edição nove fiquei devendo um post no meu blog em uma matéria que fiz. Publicada aqui.

Intitulada Cabeça Dura, eu relatava a experiência de ter ido a um dos CTA (Centro de Testagem e Amostragem da prefeitura de São Paulo) fazer um teste sorológico de HIV. A finalidade disso era puramente jornalística, desmistificar o medo do teste. No entanto, um puta sentimento de culpa católica bateu em mim durante a apuração. Eu tinha feito boquete sem camisinha!

Quando a revista foi para a gráfica, o resultado do teste já tinha saído. Mas até por uma questão de estreitar os laços editoriais entre revista e site e debater mais o assunto, decidimos colocar o resultado aqui.

Deu negativo. Não, eu não tenho Aids, mas por dez dias fui assustado por um fantasma que vez ou outra decidia me atormentar. O pior foi que na época peguei uma virose forte e cheguei até a pensar “olha o meu sistema imunológico falhando”.

Ninguém está falando aqui que pegar o bichinho do HIV é ou deve ser o fim da linha. Hoje muitas soropositivos que se cuidam conseguem levar uma vida mais tranqüila que há dez ou vinte anos. Mas isso não significa também que a gente deve se descuidar.

Pode ser chato ficar falando disso aqui. Camisinha tem que ser usada. Parece bobagem ficar repetindo a história, mas é que geralmente a gente não liga pra nada que não está ali, ao redor do nosso umbiguinho. Temos a mania de achar que nunca vai acontecer conosco. Até que uma hora acontece, ou então acontece perto da gente, com um amigo, um parente. E não falo só de Aids, pode ser qualquer coisa. Gripe, dengue, acidente, overdose… E aí só quando é tarde demais a gente vai procurar por informação.

Foi pensando um pouco nisso e nos amigos que perdeu pro HIV que Cláudio Medeiros, o Claudinho gerente da Tunnel, teve a louvável idéia de fazer uma noite para arrecadar doações de leite em pó, em prol do voluntariado do hospital Emílio Ribas e para alertar sobre prevenção o público, em sua maioria jovens, freqüentador de sua boate. O evento acontece neste domingo, 17/2.

Um bom exemplo de como só nos preocupamos com um assunto quando ele acontece com a gente pode ser a coluna do Dr. Jairo Bauer no Folhateen. Ele fala sobre saúde, gravidez e prevenção à DST/AIDS para o público jovem já há bastante tempo e parece que em ciclos, as perguntas dos leitores se repetem, parece que todas as dúvidas já estiveram ali, mas elas continuam lá. Dá uma sensação de deja vú tão grande que o melhor a fazer é evitar o frio na barriga…

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