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“Eu me assumo black enquanto a maioria alisa”, diz Valquíria Ribeiro

Simpática, a atriz Valquíria Ribeiro foi apresentadora do desfile da Daspu na noite da última segunda-feira (27/07).

Integrando hoje o elenco da Record (foi Maria Joana na novela A Lei e o Crime), a musa da comissão de frente da Vai-Vai, escola de samba que sediou o evento, falou ao site A Capa.

Na entrevista, a atriz falou sobre sua proximidade com temas sociais como a luta pelo fim do preconceito contra gays. Valquíria deu sua opinião sobre famosos que não saem do armário. "Não é um problema só da classe artística. É da sociedade", dispara.

Você está sempre em eventos de cunho social. É jurada em concurso gay, apresentou o desfile da Daspu… Qual é a sua ligação com esses eventos?
Bom, na verdade acho que minha maior ligação é com a vida. Sou mulher, negra. Só por ter nascido com esses quesitos básicos, defendo desde quando nasci a bandeira que todas as pessoas defendem, que é o respeito e espaço na sociedade. É um atrativo que faz as pessoas me convidarem para esses eventos, para abraçar essas causas. E eu abraço com o maior carinho. Acho que o pior que temos nessa sociedade hoje é essa falta de consciência e essa estupidez que é a falta de respeito com o próximo, com o ser humano. Então eu acho que é a base de todas essas bandeiras. Seja ela para os gays, prostitutas, pessoas que têm deficiência. Todo mundo luta por uma só coisa: respeito. Respeito de ir e vir e poder fazer o seu.

Como atriz, por que você acha que é difícil para atores, atrizes e a classe artística no geral, se assumirem gays?
Não é só da classe. É um problema da sociedade. Infelizmente a sociedade não quer saber quem você é. Ela quer saber onde você está, o que você está vestindo, o que você está comendo. Enquanto isso ainda for os motivos básicos para as pessoas aceitarem as outras, a gente não vai a lugar nenhum. Depois que a gente começar a defender "eu estou por você e você está por mim pelo que sou e pelo que você é" vai ficar tudo mais tranquilo. E não só na classe artística não. Pra vida.

Se você fosse lésbica você se assumiria?
Lógico, lógico. Sei lá é tudo um monte de "se". Não dá pra… São "ses, ses, ses"… mas eu acho que a gente tem que se assumir pra tudo. Eu me assumo black hoje [passa a mão no cabelo] enquanto a maioria das etnias estão querendo alisar. Acho que a gente tem que se assumir pra tudo: pra falar, vestir comer. E a pergunta cabe pra você também. Você já comeu hoje? (risos)

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