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Eu não vou ao funeral de Michael Jackson

Me inscrevi na sexta-feira para tentar um ingresso para o funeral de Michael Jackson, que acontece amanhã em Los Angeles. É claro que não tinha a intenção (nem dinheiro, nem tempo) para ver o caixão do astro de perto, mas resolvi que seria uma "experiência antropológica" se ao menos tentasse participar de todo o processo.

Como seria, então, se tivesse a chance de ver o astro? Provavelmente não venderia o ingresso, como estão fazendo alguns fãs. O astro morto e quase enterrado, e as pessoas ainda tentam tirar uma casquinha dele. Engraçado como esses fenômenos midiáticos funcionam. Se Michael Jackson não tivesse vivido no ostracismo por tanto tempo, a dor daqueles que o cultuavam e o espetáculo da mídia talvez reverberassem ainda mais fortes.

Eu nunca fui exatamente um fã do cantor, mas agora me vejo quase na obrigação de lamentar sua morte e velá-lo como se fosse um ente da família. A força simbólica do "rei do pop" alimenta o circo televisivo e nem mesmo o controle remoto conseguiu – pelo menos até agora – derrubá-lo.

Se nem zapeando de canal em canal conseguimos ter acesso a outro tipo de notícia, o que esperar então do futuro? Eu que não imaginava ser testemunha da morte de um astro como Michael Jackson, também não me vejo presenciando a partida de Silvios Santos e Hebes Camargos, Xuxas, Robertos Carlos e Madonnas…

A notícia que todo jornal gostaria de dar (e que nenhum fã gostaria de ouvir):

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