Foi aprovada nos Estados Unidos a prescrição da Truvada, a primeira pílula preventiva contra AIDS. A resolução foi Comitê de Aconselhamento de Drogas Antirretrovirais, que assessora a Food and Drug Administration (FDA), agência que regula os alimentos e os medicamentos nos Estados Unidos.
Com a maioria dos votos, o Comitê votou a favor da prescrição da droga para homens gays HIV-negativos e para cônjuges não infectados cujos parceiros têm AIDS. O Truvada já tinha sido aprovado em 2004 pela FDA, mas apenas para o uso no tratamento de soropositivos em combinação com outras drogas.
Em 2010, a Gilead Sciences, responsável pela fabricação da droga, divulgou estudos que mostram que a pílula ajudou a prevenir que homens gays com comportamento de risco contraíssem o HIV.
O estudo foi realizado com 2.499 homens homossexuais, inclusive 29 transexuais, com idades entre 18 e 67 anos, sexualmente ativos, mas não infectados com o vírus causador da AIDS. Aqueles que tomaram o novo medicamento com regularidade tiveram uma incidência quase 73% menor de infecções.
Mas, alguns críticos dizem que os testes clínicos não representam o mundo real, e que a pílula pode incentivar a prática do sexo sem proteção.
"Poderá haver um aumento do risco para os homens que, acreditando falsamente estar 100% protegidos, parassem de usar preservativos. Uma redução no uso do preservativo significaria um risco maior de transmissão e disseminação de um vírus resistente a medicamentos", alertou em um comunicado a AIDS Healthcare Foundation.
Os gays representam mais da metade dos 56 mil novos casos de HIV nos Estados Unidos.
