Depois da primeira cerimônia realizada em alusão ao Dia do Orgulho Gay, o Pentágono acaba de dar mais uma demonstração de que definitivamente está se abrindo à diversidade.
Nesta quinta-feira (19), a entidade, pela primeira vez na história, anunciou que militares que participarem da Parada Gay de San Diego, Califórnia, prevista para acontecer amanhã (21), poderão usar seus uniformes.
A decisão ocorre um dia depois que a Marinha da Região Sudoeste dos Estados Unidos havia liberado o uso dos uniformes para seus soldados. Agora, os membros de todas as Forças Armadas americanas poderão fazer o mesmo.
Trata-se, na verdade, de uma exceção à política do Pentágono, que costuma vetar que seus membros marchem de uniforme em desfiles públicos. Inclusive, a exceção, enfatizou o Pentágono, foi feita apenas para a Parada Gay de San Diego deste ano.
O Departamento de Defesa informou que a medida se deu porque os organizadores convidaram membros do serviço militar para participarem de uniforme, e a história estava atraindo a atenção de todo o país. O gabinete do secretário adjunto da Defesa em Washington enviou um memorando a todos os ramos militares na tarde de ontem, garantindo a aprovação da medida.
"Baseados em nosso conhecimento atual sobre o evento e políticas existentes", dizia o memorando, "estamos, por meio deste, concedendo a aprovação para que membros uniformizados do serviço participem da parada deste ano". O memorando segue dizendo que é necessário que os participantes trajados "assegurem a adesão aos padrões do Serviço Militar quanto à aparência e uso do uniforme militar".
Os organizadores comemoraram. "A Parada de San Diego está honrada em ter o privilégio de celebrar nosso país e nossos membros do serviço militar com dignidade e respeito", disse o diretor-executivo do evento, Dwayne Crenshaw. "A luta pela igualdade não terminou e não é fácil, mas a permissão é um salto gigante na direção certa".
Em larga medida, a permissão se tornou aceitável devido à revogação da política Don't Ask, Don't Tell, que impedia que militares americanos se assumissem homossexuais. Em julho do ano passado, pela primeira vez, cerca de 200 militares da ativa e veteranos participaram da marcha de San Diego, antecipando o fim definitivo da norma e usando camisetas em que mostravam a qual força pertenciam (foto).
A emenda que autorizou o fim da Don't Ask, Don't Tell foi assinada no final de 2010 pelo presidente Barack Obama depois de ser aprovada pelos deputados e senadores. No entanto, seguiu-se um processo para a completa eliminação da regra, o que só ocorreu em setembro de 2011.