Os vereadores da cidade de Silverton, no estado norte-americano de Oregon, decidiram punir a prefeita travesti Stu Rasmussen apenas porque ela usava um vestido muito curto.
Segundo a emissora NBC, a advertência foi aprovada pela Câmara Municipal de Vereadores por quatro votos a três. Stu se defendeu das acusações, dizendo que fazia muito calor na cidade e que por esse motivo o vestido era apropriado.
"Fiquei surpresa", disse a prefeita, que reclamou do patrulhamento. Ken Hector, que foi derrotado por Stu nas eleições do ano passado, foi quem apresentou a queixa à Prefeitura.
Este é o terceiro mandato de Stu Rasmussen como prefeita de Silverton, que tem uma população de quase 10 mil habitantes. Em seu site oficial, a ex-engenheira de software diz que não sabia o que significava ser uma travesti. "Quando vi, já era uma trangênero – algo que eu não sabia o que significava até que li sobre isso na internet. Sou uma crossdresser ou uma travesti a minha vida inteira, ‘saí do armário’ apenas recentemente e descobri que a vida por ser ótima", escreveu.
Além de prefeita, Stu, atualmente com 61 anos, é dona de diversos estabelecimentos em sua cidade. Em entrevista a um jornal local, a prefeita contou que se envergonhava de sua identidade de gênero e orientação sexual. Foi então que descobriu a Northwest Gender Alliance, uma ONG de auxílio a travestis e transexuais.
Em meados dos anos 90, Stu assumiu seu lado feminino e, em vez de preconceito, deparou-se com a aceitação dos moradores de Silverton. "As pessoas superaram o fato quando descobriram que uma pessoa pode ser competente", declarou.
"Casada" há quase 30 anos com sua companheira, Victoria Sage, Stu descobriu que mulheres também podiam se sentir atraídas por ela. "Elas se sentem realmente atraídas pelo meu lado feminino", opinou. "Elas sabiam que se ficássemos juntas não assistiríamos apenas a jogos de futebol. Sairíamos para fazer compras e conversaríamos sobre coisas reais."
Por enquanto, Stu não pensa se submeter à cirurgia de readequação genital. "Posso perfeitamente ser uma mulher num corpo de homem", disse. Em 2000, para "se sentir como um homem com seios", colocou uma prótese de silicone. O resultado, nos "primeiros quinze segundos", não agradou Stu, que depois acabou se convencendo da mudança e hoje se considera uma pessoa feliz.