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Ex-dançarino de Madonna diz que até hoje recebe cartas sobre beijo gay em documentário

Salim Gauwloos, Madonna
Foto: reprodução

A Blond Ambition World Tour, da cantora Madonna, completa 30 anos nesta semana – e tem rendido várias conversas e memórias. Uma delas, como já registramos aqui no A Capa para você, é o “outro lado” do famoso jantar que Pedro Almodóvar deu para a cantora quando passou com a escandalosa turnê por Madrid e mostrado no documentário Na Cama com Madonna (1991).

Agora é a vez do dançarino belga-marroquino conhecido como “Slam”, Salim Gauwloos, que acompanhou a diva na Blond Ambition e dançou para ela no videoclipe de “Vogue”, entre outras performances.

Caso você não tenha visto o documentário, Gauwloos e outro dançarino, Gabriel Trupin (1969-1995), protagonizam uma de seus cenas mais marcantes: ele se beijam na boca, e de língua, durante um jogo de verdade ou desafio. O beijo tornou-se icônico – mostrado com naturalidade naquele meio, ele foi um importante passo para a representatividade LGBT no cinema e para gays por todo o mundo se sentirem mais à vontade com a própria orientação sexual.

Em entrevista à revista Attitude, Gauwloos contou que até hoje recebe cartas com agradecimentos. “Agora todo mundo está beijando, mas naquele tempo as pessoas não achavam isso bacana. Nós apenas estávamos sendo nós mesmos. Mas isso inspirou muitas pessoas a apenar ser você mesmo e se expressar”, disse. “Mas a gente se beijou sem ter noção do impacto que teria ao redor do mundo.”

Em outra cena de Na Cama com Madonna, o dançarino, acompanhado de outros colegas de turnê, vai a uma parada do orgulho gay; o combate à histeria em meio à epidemia de aids/HIV também é abordado no longa-metragem.

A entrevista foi publicada originalmente em 2016, quando foi lançado o documentário Strike a Pose, sobre a vida dos dançarinos depois do furacão que foi a Blond Ambition, e republicada por ocasião do aniversário de 30 anos da turnê.

Em Strike a Pose, ele protagoniza mais uma vez um momento marcante: durante um reencontro com os outros dançarinos, ele conta, aos prantos, que sabe ter HIV desde 1985 – e, até aquele momento das filmagens, guardava o diagnóstico como segredo. Ele é abraçado por todos os colegas. Trupin morreu em decorrência de complicações de saúde causadas pela aids. Carlton Wilborn é outro dançarino da turnê que manteve em segredo um diagnóstico de HIV.

Gauwloos, hoje, trabalha como coreografo, professor de dança e modelo, além de dançarino.

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