Gordon Downey foi condenado por assediar com mensagens de ódio homofóbico o policial Paul Bloomer, co-líder da rede LGBT+ da PSNI
Um ex-policial da PSNI (Polícia da Irlanda do Norte) foi multado em £2.000 por realizar uma campanha tóxica de ódio homofóbico online contra um colega que serve na corporação. Gordon Downey, 53 anos, que também foi chamado de “guerreiro do teclado” pelo juiz, terá ainda que pagar £500 de compensação a Paul Bloomer, policial e co-presidente da rede LGBT+ da PSNI.
Paul Bloomer recebeu, além da reparação financeira, uma ordem de proteção contra assédio válida por três anos. A condenação veio após Downey se declarar culpado de perseguir Bloomer com uma série de mensagens abusivas e homofóbicas entre agosto de 2022 e outubro do ano passado.
Campanha de assédio e limites da liberdade de expressão
O juiz Peter King destacou que o comportamento de Downey ultrapassou claramente os limites do aceitável, ressaltando que o direito à liberdade de expressão não serve de licença para disseminar ódio e assédio. Ele caracterizou as ações do ex-policial como uma “loucura” e enfatizou a importância de enviar uma mensagem clara de que esse tipo de crime tem consequências reais.
Downey, que já havia sido transferido temporariamente da Unidade de Resposta Armada da PSNI por se recusar a raspar a barba, reconheceu em tribunal que sabia que seu comportamento constituía assédio. As mensagens ofensivas foram publicadas em diversas redes sociais, configurando um ataque prolongado contra Bloomer.
Resiliência e justiça no combate à homofobia
O vice-chefe da PSNI, Bobby Singleton, expressou apoio ao policial vítima da campanha homofóbica e ressaltou a importância da sentença para combater o abuso online. “Espero que esta condenação sirva como um claro alerta para aqueles que acreditam erroneamente que o abuso e o assédio online podem ser justificados como liberdade de expressão”, declarou Singleton.
Paul Bloomer tem se destacado como uma voz ativa dentro da comunidade LGBTQIA+ na polícia da Irlanda do Norte, e sua coragem em enfrentar o assédio mostra a força e a importância da representatividade e da luta contra a discriminação institucional.
Contexto da controvérsia: política de barbeação na PSNI
Além do recente caso, Gordon Downey já havia sido notícia em 2019 ao ganhar uma indenização de £10.000 por danos morais e perda salarial depois que a PSNI tentou removê-lo da Unidade Armada devido à sua decisão de manter a barba. A política da PSNI exige que oficiais que usam equipamentos de proteção respiratória fiquem com o rosto limpo para garantir a vedação adequada das máscaras, mas Downey questionou a aplicação rigorosa dessa norma.
Este episódio evidencia não só os desafios da diversidade dentro das forças policiais, mas também os conflitos que surgem quando políticas institucionais entram em choque com direitos individuais e identidades pessoais.
Este caso é um marco importante para a comunidade LGBTQIA+, mostrando que o assédio motivado por homofobia não será tolerado e que a justiça pode e deve ser um instrumento de proteção e respeito para todos, inclusive dentro das instituições de segurança pública.
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