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Ex-produtora da Globo, transexual evidencia falta de oportunidade de trabalho

Bárbara Aires tornou-se conhecida em todo o Brasil por integrar a produção do programa "Amor e Sexo", em 2012 e 2013. Porém, neste ano, a primeira mulher transexual a ocupar tal função na TV Globo foi descartada sem qualquer justificativa.

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Em seu Facebook, Bárbara gravou um vídeo em que desabafa sobre a falta de oportunidade no mercado formal de trabalho e diz que voltou a fazer programas (estes sexuais) por encontrar todas as portas fechadas.

"Vejo muita gente criticando que nós, travestis e transexuais, só queremos saber de prostituição, que é uma vida de dinheiro fácil. (Dinheiro) rápido é, mas não é fácil", declarou ela, que afirmou ter tentado emprego como cabeleireira, vendedora e até como figurante.

Bárbara afirma que tem consciência que, sem uma faculdade, teria que se sujeitar a empregos em que a renda seria menor que nos programas. Fez um curso de corte, escova e coloração, na expectativa de ser aceita mais facilmente nos salões de beleza, mas nunca foi chamada sequer para as entrevistas.

"Tentei uma vaga de vendedora (…) Disseram: 'Você é muito bonita, de repente as pessoas nem percebam, mas a marca não ia querer ver o nome dela associado a uma funcionária travesti. Quer dizer, eu posso usar a roupa, posso comprar, mas não posso ser funcionária?", questiona.

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Sobre os dois anos em que trabalhou na produção do "Amor e Sexo" – oportunidade que foi dada depois de ela estar na plateia e discursar sobre transexualidade – Bárbara afirma que viveu com mil reais no primeiro ano e dois mil no segundo. 

"Vi que ali era uma oportunidade de crescer e sair daquilo que eu não gosto (,a prostituição). Quis provar para mim mesma que conseguiria trabalhar durante um ano por mil reais. E consegui. Nesta nova temporada não me chamaram, não me perguntem o motivo", diz.

A ex-produtora alega que tinha planos de cursar faculdade de jornalismo e que chegou a fazer um curso de teatro durante a permanência na atração. Ela afirma que até para fazer figuração encontrou dificuldades e que só era chamada quando queriam figurantes trans. "Qual é o problema de a mulher que está passando no fundo ter vagina ou pênis? A pessoa está prestando atenção no artista, no texto… Estou cansada dessa hipocrisia", disse ela, antes de sair para trabalhar em um ponto do Rio de Janeiro.

Assista ao vídeo:

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