De acordo com uma pesquisa recente, a “masculinidade tóxica” desencadeia o assédio sexual entre homens gays, algo que está chamando atenção no espectro LGBTQ+. A masculinidade tóxica é uma conjuntura social que define um conjunto de expectativas, normas e comportamentos que são considerados viris em nossa sociedade, em muitos casos prejudicais.
Segundo os estudos em psicologia, sociologia e questões de gênero, a masculinidade tóxica promove um ciclo vicioso de medo, vergonha e silêncio entre os homens que sofrem de assédio, principalmente entre os homens gays. Esses sentimentos, por sua vez, dão origem a uma cultura de aceitação que normaliza a relação abusiva.
Os especialistas acreditam que a prevalência do assédio sexual entre os homens gays tem raízes profundas na cultura da masculinidade tóxica. Através dos ideais de “hombridade” que sustentam a masculinidade tóxica, os homens são incentivados a demonstrar comportamentos dominantes e agressivos. No âmbito dos homens gays, esses comportamentos podem manifestar-se como assédio sexual, criando uma cultura de aceitação.
O pensamento binário de gênero também contribui para a prevalência do assédio sexual entre homens gays. Esse modo de pensar simplifica a sexualidade e o gênero a uma simples dicotomia entre masculino e feminino. Ele pode impulsionar os homens gays a adotarem comportamentos baseados em normas “masculinas” para validar sua identidade sexual, resultando muitas vezes em comportamentos de assédio.
Por fim, o combate à masculinidade tóxica e a sua correlação com o assédio entre homens gays requer um esforço conjunto de indivíduos, comunidades e instituições. Isso inclui a reestruturação das normas de gênero, melhorando a educação sexual e de gênero nas escolas, bem como o aumento do apoio às vítimas de assédio e abuso.
É fundamental, ainda, que os homens gays estejam à frente deste movimento, contribuindo para uma cultura de mudança e para o fim da masculinidade tóxica e do assédio sexual em sua comunidade.