Nos Estados Unidos continua sendo legal demitir uma pessoa por ser gay
+Mulheres LGBT enfrentam, ainda mais, obstáculos no mercado de trabalho
O Walmart Stores acrescentou cobertura de seguro para trabalhadores transgêneros neste ano, somando-se ao grupo de mais de 500 empresas que estão assumindo um papel maior na conquista de direitos para trabalhadores LGBT em um mercado competitivo por mão de obra.
Da Apple à Xerox, empresas estão fazendo pressão para proteger os direitos dos trabalhadores e melhorar a equidade de gênero em um momento em que algumas iniciativas legislativas estagnaram.
Em 28 Estados dos Estados Unidos, continua sendo legal demitir uma pessoa por ser gay, e o presidente eleito Donald Trump disse que vai rescindir ordens executivas do presidente Barack Obama, algumas das quais visam à diversidade no ambiente de trabalho.
"As corporações dos EUA chegaram ao topo em termos de serem um influenciador de alto impacto [em relação aos direitos LGBT]", disse Deena Fidas, diretora do projeto de equidade no ambiente de trabalho da Human Rights Campaign, o maior grupo de defesa dos direitos de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros.
"Corporações estão fazendo declarações públicas a nível federal, judicial e, sem dúvida, estadual para se pronunciar contra o que poderíamos chamar de leis anti-LGBT."
O índice de equidade corporativa da Human Rights Campaign, uma lista anual que indica como as companhias estão se saindo nas políticas favoráveis à comunidade LGBT, será divulgado nesta semana. Walmart é uma das 517 companhias, a maior quantidade já registrada, a obter a pontuação máxima de 100 pontos, informou o grupo, em comparação com 407 no ano passado. Walmart, que obteve 90 pontos nos últimos dois anos, cresceu em relação aos 40 pontos obtidos em 2011.
Algumas companhias, como Salesforce.com, PayPal Holdings e Dow Chemical, também começaram a trabalhar com grupos de defesa dos direitos LGBT em planos para combater leis anti-LGBT previstas no nível estadual.
O grupo se reuniu em San Francisco no mês passado, confirmaram as empesas, que preferiram não comentar táticas ou estados específicos. Só no Texas, até 50 leis afins podem ser introduzidas em 2017, disse Matthew McTighe, diretor executivo da Freedom for All Americans, que participou da reunião. Essa organização com sede em Washington D.C. visa a derrotar leis consideradas anti-LGBT.
Mais de mil companhias, como Whole Foods Market e Marriott International, deverão se pronunciar contra as leis texanas consideradas hostis às pessoas LGBT, disse Jessica Shortall, diretora do grupo Texas Competes, que coordena a resposta das empresas às leis.
Walmart foi uma das empresas a se pronunciar contra as leis anti-LGBT a nível estadual e ajudou a derrotar uma decisão de 2015 no Arkansas. Empresas de grande porte, como Dow e Salesforce, foram fundamentais para fazer recuar mais de 150 leis em mais de 30 estados, embora a Carolina do Norte tenha aprovado uma lei que proíbe pessoas transgêneros a usar o banheiro de sua preferência.