Uma declaração recente do Exército Brasileiro está gerando controvérsias entre ativistas LGBT. Questionados pelo jornal "O Dia" se gays assumidos podem paticipar do concurso para ingressar na Escola Preparatória de Cadetes do Exército, a assessoria de comunicação das Forças Armadas respondeu que não há discriminação por parte da força militar”.
O ex-sargento Fernando Alcântara, que ganhou notoriedade na mídia após denunciar abusos e assumir a relação estável com outro militar, Laci Marinho de Araújo, foi o primeiro a questionar a afirmação do Exército.
“Eles têm diversas formas de repressão, como o próprio Artigo 235 do Código Penal Militar, que criminaliza qualquer ato sexual no ambiente das Forças Armadas, mas em momento algum se lê a palavra ‘heterossexual’ no documento, apenas ‘homossexual’”, argumentou ele.
A vice-presidenta da organização não governamental da causa LGBT Arco-Íris, Marcelle Esteves, também não acredita no discurso do Exército.
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"Tivemos reclamações de homossexuais militares que sofreram discriminação, principalmente de intolerância baseada no Código 235. São pessoas que passaram pelo mesmo que o ex-sargento Fernando Alcântara enfrentou”, disse ela.
Fernando ainda disse que continuará lutando para que o Exército acabe com a discriminação. "A nossa luta maior é a extinção da Justiça Militar. O tribunal da Justiça Militar funciona como um tribunal de exceção, onde as pessoas são constrangidas, por isso a nossa bandeira é a extinção dessa Justiça Militar".