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“Existe a possibilidade de abrir uma filial no Brasil”, diz representante da Axel Hotel GLS

Ontem (20/10), na Secretaria Municipal de Participação e Parceira, aconteceu um encontro para discutir o turismo GLS na América Latina, Europa e EUA. Em uma parceria entre CADS, ABRAT e Tam Viagens, o evento teve como palestrante Jordi Torras, diretor comercial da rede de hotéis Axel GLS, que veio de Barcelona compartilhar a experiência bem sucedida de sua rede com empresários brasileiros.

Franco Reinaudo, da ABRAT GLS, abriu o encontro dizendo que a intenção de trazer para o Brasil o Jordi "é de não existir outro exemplo de um negócio bem sucedido e grande de hotéis GLS. Queremos entender esse investimento, como fizeram a capacitação. Pois, se trata de alguns milhões de euros", brincou Franco que, em seguida, apresentou o diretor da filial espanhola.

Jordi Torras iniciou sua fala pedindo desculpas por não saber falar português. "Espero que compreendam", disse. Após o pedido, começou dizendo que o mercado GLS é um nicho "com muito potencial" e, por isso, esse é o foco de seu empreendimento. Em referência a experiência bem sucedida da Axel Hotel, relatou que na Espanha a população homossexual representa um "potencial de compra avaliado em 58 milhões de euros".

A respeito de terem escolhido a Argentina para abrir a primeira filial da rede na América do Sul, o diretor conta que estudaram e descobriram "que a Argentina é o país mais tolerante da região Sul", por isso a escolha. O próximo Axel a ser lançado – a previsão é para 2009 – será na Alemanha, em Berlim. "A capital alemã é hoje a mais gay friendly da Europa e também é uma cidade transgressora e com uma vida noturna singular", disse. Hoje, além de Barcelona e Buenos Aires, o grupo Axel têm uma filial nos Estados Unidos.

Sobre a comunidade gay, Jordi disse ser "um público com muitas particularidades e é isso que o difere da população hétero", e acrescentou que o Wall Street Journal considerou o segmento "o nicho dos sonhos", por conta do seu alto poder aquisitivo. Outra característica apontada por Jordi é de que, "quando bem tratados, costumam ser fiéis as marcas".

Outros dados revelados pelo diretor traçam o perfil do turista GLS. Por exemplo, 16% dos gays fizeram cruzeiro no último ano. Para 76% dos homossexuais é importante saber se o país é gay friendly, 81% faz compras pela internet e 57% consideram importante conhecer outros gays que já foram ao país que pretendem visitar. Jordi revelou ainda que a Axel "é o resultado da segmentação do mercado. Não é gueto".

Sobre a capacitação dos funcionários, Jordi afirmou que não é necessário que o mesmo seja gay, mas confirmou que "a maioria é". "Se não for, tem que conhecer a noite gay, as roupas que este público gosta de usar, músicas… Pois, se for requisitado pelo cliente saberá atendê-lo", declarou. Além disso, contou que eles passam por um treinamento interno da rede. E completou dizendo serem "uma família jovem que cresceu rápido e todos têm orgulho de fazer parte dela".

Quanto a possibilidade de se abrir uma filial da Axel Hotel no Brasil, o representante disse que ela existe e tem duas cidades como prioridades. "Estamos olhando para cá, sabemos que é um mercado promissor. E, se formos abrir por aqui, temos duas cidades como prioridade: Florianópolis e Rio de Janeiro".  Sobre o público brasileiro, revelou que "45% dos freqüentadores do Axel Buenos Aires são do Brasil, infelizmente isso não se repete na Espanha".

Jordi Torras enfatizou que todas as campanhas publicitárias da empresa são de conteúdo gay e "até ousado muitas vezes". Dentro do mercado GLS,  o grupo tem a ambição de ser a "maior cadeia de hotéis GLS do mundo". Sobre números, contou que "em cinco anos esperamos ter mais cinco hotéis". E, para o empresário que desejar abrir uma filial, disse que alguns aspectos são analisados. "Se o país é gay friendly, se possuem políticas abertas, noite gay forte, restaurantes e bares GLS, revistas… Enfim, um ambiente que atenda o nosso público", finalizou.

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