Barry Manners, que foi um dos passageiros da British Airways sequestrados em 1990 no Kuwait e usado como escudo humano durante a invasão de Saddam Hussein, revelou que sua experiência foi agravada pela homofobia da equipe da companhia aérea. Em um relato impactante, Manners compartilhou que, ao descobrir que seu parceiro, Anthony Yong, tinha AIDS, a equipe da British Airways tomou medidas que intensificaram o sofrimento deles. O casal foi forçado a permanecer isolado em seu quarto de hotel sob a alegação de ‘contaminação’, e o comportamento da equipe refletia um estigma que ressoava com os piores momentos da crise da AIDS na década de 1980.
Após 10 dias de confinamento, a equipe da British Airways tentou transferi-los para um hospital, mas Manners e Yong se recusaram a sair, barricando-se dentro do quarto. A situação culminou em uma nova evacuação para uma construção pré-fabricada no terreno do hotel, expostos a perigos constantes em uma zona de guerra. Manners descreve o ambiente como aterrorizante, com soldados armados vagando e a constante presença de combate nas proximidades.
O relato de Manners reflete um período de grande sofrimento e discriminação, que não apenas afetou sua segurança física, mas também teve um impacto duradouro na saúde de Yong, que faleceu 15 meses após o retorno ao Reino Unido, sem que a British Airways sequer se preocupasse em contatá-los. Manners expressou sua indignação e tristeza pela forma como foram tratados, ressaltando a crueldade e a ignorância que marcaram sua experiência.
Essa história não é apenas um lembrete do passado, mas também um apelo à consciência sobre a importância de combater a homofobia e garantir que todos, independentemente de sua orientação sexual ou status de saúde, sejam tratados com dignidade e respeito, especialmente em situações de crise. O testemunho de Manners é um chamado à ação para que a sociedade, empresas e governos aprendam com os erros do passado e promovam um ambiente mais inclusivo para a comunidade LGBT.