A rica história queer do Canadá Atlântico está entrelaçada na paisagem e nas vivências de suas pessoas. Neste relato, exploramos os cantos menos conhecidos da região, onde passados, presentes e futuros queer se entrelaçam de maneira única. Começamos nossa jornada na primavera em New Brunswick, onde as árvores ao longo do majestoso rio Wolastoq (São João) começam a brotar. Os habitantes 2SLGBTQ+ de New Brunswick construíram redes de apoio robustas ao longo de décadas, lembrando-nos de momentos de diversão e alegria que não devem ser esquecidos.
À medida que nos aproximamos da cidade de Edmundston, testemunhamos a importância histórica do Northern Lambda Nord (NLN), um grupo fundado em 1980, que oferecia suporte a pessoas 2SLGBTQ+ em áreas rurais, destacando a luta por direitos e visibilidade. A viagem continua por Fredericton, onde a área conhecida como ‘The Green’ serviu como um ponto de encontro para amantes antes da abertura do primeiro bar gay da cidade, o Dance Trax, em 1985. Aqui, grupos como o Fredericton Lesbian and Gays (FLAG) lutaram por reformas de direitos humanos, sendo fundamentais para a inclusão da orientação sexual na legislação provincial em 1992.
Ao seguirmos para Saint John, encontramos locais históricos que foram marcos para a comunidade queer, incluindo o Admiral Beatty Complex, famoso por seus shows de drag nas décadas de 1960 e 1970. A travessia do Bay of Fundy nos leva a Digby, Nova Escócia, onde um novo capítulo se abre em Wolfville, lar da Universidade Acadia, que foi palco de um caso importante em 1986, quando professores homossexuais lutaram por benefícios médicos para relacionamentos gays.
Halifax, a maior cidade da região, nos apresenta o Khyber Building, um espaço vital para a comunidade gay nos anos 70. As memórias deste lugar estão preservadas na Halifax Rainbow Encyclopedia, uma iniciativa de arquivamento que visa resgatar a história queer da cidade. Em nossa jornada, visitamos o Millbrook First Nation, onde experiências de indivíduos Mi’kmaq queer foram documentadas, refletindo a diversidade das vivências queer nas comunidades indígenas.
Finalmente, chegamos a St. John’s, onde a história queer é rica e complexa. O legado de Charles Henry Danielle, um dançarino e costureiro americano, nos lembra das relações e da vida vibrante da comunidade queer no século XIX. Os eventos do orgulho gay na cidade, que remontam a 1986, continuam a ecoar nas vozes de ativistas que buscam igualdade e reconhecimento.
Essa viagem não é apenas sobre os locais que visitamos, mas também sobre as histórias que moldaram a identidade queer no Canadá Atlântico. Convidamos você a refletir sobre como essas narrativas continuam a influenciar o presente e a formar o futuro da comunidade 2SLGBTQ+ na região e além.
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