Ainda sem uma justificativa plausível e racional, a Câmara dos Deputados mostra mais uma vez sua intransigência e preconceito ao proibir uma exposição no Salão Negro da Casa com uma foto de Rogéria (ao lado), na qual ela aparece vestida de camisa social e gravata.
A imagem integra a exposição Heróis do fotógrafo Luiz Garrido e mostra-a vestida de camisa social e gravata.
Depois da direção da Câmara ter proibido a visualização da foto (ela havia sido colocada em uma cabine, com entrada única, deixando-a isolada), a exposição foi cancelada.
“Isso é coisa da maior arbitrariedade possível. Recebi a notícia com repugnância, é um exemplo péssimo para a nação brasileira. É uma violência gratuita que remete aos tempos da ditadura”, vociferou a curadora, Karla Osório Netto, ao jornal Folha de S. Paulo.
O motivo alegado pela Casa foi o Estatuto da Criança e do Adolescente, que, segundo Silvia Mergulhão, diretora de relações públicas da Câmara, protege a criança contra “tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor”.
À Folha Online, o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) disse que houve problema de comunicação: "O principal erro, no meu entender, foi a falta de apresentação dos contatos ou slide show sobre a exposição. Uma vez estabelecido esse critério, as negociações podem ser feitas antes da exposição ser apresentada. A Câmara dos Deputados tem um estrutura política e as precauções têm que ser maiores do que num museu".
“Isso é arte, não é uma violência. Para não retirar a foto, que faz parte de um conjunto, foi colocada a cabine. Só acho que fica muito mal para a Câmara”, disse à Folha de S. Paulo Carla Osório, diretora da exposição.
"A foto da Rogéria tem mais de dez anos, já foi exposta até em prédios públicos. Isso é um ranço da época da ditadura", disse o fotógrafo.
Ver revista Playboy pelos corredores com a Mônica Veloso do jeito que veio ao mundo, pode. Mais uma vez, o gay é considerado cidadão de segunda categoria pelos nobres parlamentares tupiniquins…