O Instituto Oi Futuro no Rio iria receber entre os dias 9 de janeiro e 4 de março do ano que vem a exposição da fotógrafa norte-americana Nan Goldin (foto). Nan é famosa por suas fotos de estética naturalista e de olhar documental, tendo retratado em grande parte de sua obra o universo das comunidades gays e transexuais dos Estados Unidos.
Nan chegaria ao Rio no próximo dia 20 para fotografar a ceia da Natal de um grupo de travestis e drag queens brasileiras e também dar os ajustes finais na sua exposição.
Mas, na última sexta-feira (25), a curadora da exposição Lígia Canongia se reuniu com a equipe do Oi Futura e soube que a exposição seria cancelada. Lígia escreveu uma carta, que postou no Facebook, para mais de 100 artistas do eixo Rio-São Paulo, demonstrando sua indignação e pedindo apoio.
"Em reunião ontem, no Oi Futuro, fui comunicada pelo curador e pela direção do instituto que a exposição de Nan Goldin estava suspensa. Em ato arbitrário, prepotente e desrespeitoso com a artista, com os curadores e, sobretudo, com a obra de arte, a mostra foi CENSURADA (…) A direção e a curadoria dessa casa simplesmente não sabiam quem era Nan Goldin e o conteúdo de suas imagens (…) Um trabalho de quase dois anos foi jogado fora, sumariamente. Atos como este só se inscreveram na história durante o nazismo, o fascismo e as ditaduras", diz o texto da curadora.
Em um dia, Ligia recebeu mais de 30 mensagens de apoio e 4 mil usuários da rede divulgaram sua mensagem. Preocupada com a repercussão, a assessoria do Instituto Oi Futura nega o cancelamento da exposição. Em nota, diz que "não houve uma definição" sobre a mesma e que a reunião sobre o assunto "não foi concluída".
Obra de Nan Goldin sofre censura no Rio
