A exibição da renomada artista e ativista Nan Goldin na Neue Nationalgalerie em Berlim, intitulada “This Will Not End Well” (“Isso Não Terminará Bem”), tem gerado intensos debates sobre a política israelense, especialmente em relação à situação na Faixa de Gaza e no Líbano. Goldin, que possui uma carreira de 50 anos, utiliza suas obras para questionar a moralidade e a responsabilidade dos governos, incluindo o da Alemanha, em relação aos conflitos do Oriente Médio.
Durante a abertura da exposição, ativistas pró-Palestina se fizeram ouvir, enquanto Goldin fez um discurso contundente, citando até o Papa ao discutir a questão do genocídio. Essa postura contrasta com a posição tradicional da Alemanha, que historicamente defende a solidariedade com Israel, resultando em tensões visíveis entre diferentes grupos sociais e políticos no país.
A exposição é uma rica coletânea de instalações que incluem fotografias, slides e vídeos, organizados de maneira a provocar uma reflexão profunda sobre temas como dependência sexual, identidade queer e a luta contra a opressão. A instalação “The Ballad of Sexual Dependency” (“A Balada da Dependência Sexual”), por exemplo, retrata a vida de pessoas queer, incluindo homens e mulheres trans, em momentos íntimos e vulneráveis, desafiando o espectador a confrontar suas próprias percepções sobre sexualidade e identidade.
Goldin, que começou a fotografar aos 14 anos, traz um olhar íntimo e sem adornos sobre a vida de seus amigos e entes queridos, muitos dos quais enfrentaram problemas relacionados ao vício e à marginalização. Seu trabalho é descrito como um “diário que outros também podem ler”, refletindo a experiência coletiva da comunidade LGBTQIA+. Além disso, a artista também aborda a epidemia de AIDS e suas consequências em obras como “Memory Lost” (“Memória Perdida”), que serve como um tributo àqueles que perdeu devido à doença e ao vício.
A instalação mais tocante, “Sisters, Saints and Prophets” (“Irmãs, Santos e Profetas”), é um requiem por sua irmã que cometeu suicídio, mostrando a luta pessoal de Goldin com a dor e a perda. Através de uma combinação poderosa de imagens e música cuidadosamente selecionada, Goldin não apenas documenta, mas também evoca uma resposta emocional profunda, instigando diálogos sobre a saúde mental, a perda e a resiliência da comunidade.
A exposição “This Will Not End Well” estará disponível até 6 de abril e é uma oportunidade imperdível para aqueles que desejam entender a complexidade das questões sociais contemporâneas que permeiam a arte e a ativismo, especialmente para a comunidade LGBTQIA+ que ainda luta por reconhecimento e igualdade em muitas partes do mundo.
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