A renomada ativista visual sul-africana Zanele Muholi traz à Fundação de Serralves, no Porto, uma exposição que destaca a vivência da comunidade negra ‘queer’, a partir desta quinta-feira, 12 de outubro. Com uma coleção impressionante de mais de 200 fotografias, esta mostra representa a maior retrospectiva da obra de Muholi até agora. Durante uma visita de imprensa, a artista expressou sua gratidão pela oportunidade de apresentar seu trabalho em um momento crucial, ressaltando a importância da visibilidade para a comunidade negra LGBTIA+, da qual ela mesma faz parte.
Muholi, que se identifica como ativista visual, enfatizou que sua arte não é apenas uma coleção de imagens, mas uma poderosa declaração sobre a existência e resistência de pessoas trans e ‘queer’. Ela destacou a necessidade de representação constante, afirmando que a presença da comunidade LGBTIA+ não deve se restringir a paradas anuais, mas ser reconhecida ao longo do ano. “Estamos lá 365 dias por ano”, declarou, sublinhando que as suas obras visam criar uma visibilidade duradoura e histórica para esses indivíduos.
A exposição inclui obras icônicas como a série de autorretratos “Somnyama Ngonyama” (“Viva a Leoa Negra”), que explora a relação de Muholi com elementos do cotidiano, e a série “Faces and Phases”, que retrata membros da comunidade ‘queer’ ao redor do mundo, incluindo alguns que participaram da filmagem no Porto, com a colaboração da comunidade local.
A curadora-chefe Inês Grosso comentou sobre a relevância do trabalho de Muholi no contexto atual de discriminação e preconceito, esperando que a exposição inspire o público a investigar e compreender mais sobre estas questões. A mostra é um convite não apenas para apreciar a arte, mas para refletir sobre a história e os desafios enfrentados pela comunidade negra ‘queer’.
Zanele Muholi reafirma a importância de ver as pessoas da comunidade não apenas como vítimas, mas como artistas e criadores que contribuem para a cultura e a história. Essa exposição em Serralves é mais do que uma apresentação de arte; é uma celebração da diversidade e da resistência, buscando garantir que todos se sintam bem-vindos e representados dentro dos espaços culturais.
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