A nova exposição “Amours cachés: la purge LGBT au Canada” do Museu Canadense dos Direitos Humanos (MCDP) abre suas portas nesta sexta-feira, trazendo à luz uma parte obscura da história canadense. Esta mostra, que ficará disponível até o início de 2026, presta homenagem às vítimas da política oficial do governo canadense que resultou na demissão de trabalhadores e trabalhadoras das Forças Armadas, da Gendarmerie Real do Canadá e da função pública federal devido à sua homossexualidade. Essa política, conhecida como a Purge LGBT, ocorreu entre as décadas de 1950 e 1990.
Durante a inauguração, Martine Roy, co-presidente do Fundo Purge LGBT e sobrevivente dessa purga, compartilhou sua história pessoal de resiliência. Com apenas 20 anos, em 1984, ela foi presa e interrogada antes de ser demitida das Forças Armadas por sua sexualidade. “Quando fui expulsa, tive apenas nove dias para deixar. Foi como se o chão se abrisse sob meus pés”, contou Martine, destacando a dor e a injustiça sofrida por muitos que passaram por experiências semelhantes.
A exposição não só menciona os testemunhos de sobreviventes, mas também visa conscientizar o público sobre a importância de garantir que tais atrocidades não se repitam. “Este é um projeto de sensibilização que o Fundo LGBT iniciou em 2018, com o objetivo de evitar que algo assim ocorra novamente”, explica Martine Roy.
A mostra pode ser visitada na galeria do nível 1 do MCDP, e é um convite à reflexão sobre a história da comunidade LGBT no Canadá, ressaltando a necessidade de empatia e respeito em relação às diversidades sexuais e de gênero. Através de exposições como esta, busca-se não apenas honrar as memórias de quem sofreu, mas também educar as futuras gerações sobre a importância da inclusão e do respeito aos direitos humanos.
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