Kalki Subramaniam, uma destacada ativista e artista transgênero, recentemente expôs suas obras na Galeria de Arte Durbar Hall, em Kochi, Kerala, com a exposição intitulada ‘Silêncio Quebrado’. A artista, que é também autora do livro ‘Nós Não Somos os Outros’, utilizou sua arte como uma plataforma para reivindicar direitos e empowerment da comunidade trans. Durante a exposição, Kalki discutiu sobre sua escolha de pintar Che Guevara, revelando que a inspiração para a obra surgiu antes de saber sobre suas visões homofóbicas. Ela acredita que, se Guevara estivesse vivo hoje, poderia ter uma perspectiva diferente sobre questões de gênero e sexualidade, enfatizando a importância do diálogo e compreensão na sociedade contemporânea.
A exposição apresentou uma mistura de obras tradicionais e criações digitais, geradas por inteligência artificial, que abordavam temas como a identidade trans e a luta por reservas sociais. Kalki defende que a arte, mesmo quando criada com o auxílio de tecnologia, permanece uma expressão genuína de suas emoções e ideias. Ela mencionou a contribuição da internet para alcançar um público mais amplo, mas também ressaltou os desafios enfrentados, como a objetificação e as mensagens inapropriadas que recebe.
Um dos destaques foi uma pintura que retratava a comunidade queer em uma grade de rostos coloridos, inspirada nas pessoas que Kalki conheceu ao longo de sua vida. Ela se recusa a se limitar às normas estéticas convencionais, celebrando a diversidade de formas e belezas dentro da comunidade. As linhas de poesia que acompanham suas obras refletem suas demandas por direitos de gênero e igualdade.
Kalki, que fundou a Sahodari Foundation, que visa educar e empoderar jovens trans, está particularmente focada na luta por reservas de 1% para pessoas trans em todo o país. Apesar das conquistas, como a inclusão de reservas em Karnataka em 2021, ela expressa preocupação com a falta de progresso em outras regiões e com a contínua discriminação enfrentada por indivíduos trans, que muitas vezes são forçados a se envolver em trabalho sexual devido à falta de oportunidades.
A artista também apresentou o ‘Projeto Red Wall’, que documenta experiências de assédio sexual vividas por indivíduos trans, acompanhadas por impressões das palmas de suas mãos em vermelho, simbolizando a dor e a luta da comunidade. Kalki compartilhou que suas próprias experiências de transição foram marcadas por discriminação e trauma, mas hoje ela celebra sua identidade e vive de acordo com suas próprias escolhas.
A exposição de Kalki é mais do que uma simples mostra de arte; é um chamado à ação e uma afirmação da resistência da comunidade trans, destacando a necessidade urgente de aceitação, igualdade e justiça social. Ao compartilhar sua história e sua arte, Kalki Subramaniam inspira outros a lutar por seus direitos e a celebrar suas identidades únicas.
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