No sábado (05/04), a cidade de São Paulo celebrou a sua 1ª Conferência Municipal GLBTTT, realizado na Assembléia Legislativa de São Paulo. Nos bastidores circulavam personagens sempre presentes nos fatos, políticos ou não, do mundo GLBTTT. Entre eles estava Bill da Pizza, famoso pelas suas pizzas que vendia no Autorama, mas teve de sair após ser proibido de trabalhar no local. Com eles conversamos sobre política, organização dos grupos gays e sobre a sua pré-candidatura a vereador pela cidade de São Paulo. Confira:
Como você entende o acontecimento das conferências, hoje a municipal, semana que vem a estadual e depois o grande encontro, a nacional. O que significa isso?
Um avanço da nossa militância, que se fortalece desde os anos 70 com o surgimento do grupo SOMOS. Isso também mostra que nós temos poder para discutir coisas sérias e que nós queremos sim a inclusão social.
Você acredita que depois das conferências, principalmente pós-nacional que, as políticas GLBT se tornem políticas públicas de fato, independente do governo de plantão?
A gente torce para isso né, para que se torne política de estado, pois muita coisa que acontece com a gente é por conta de uma ausência do estado, por exemplo, o fato de eu ter sido retirado do Autorama é ausência de política pública. Quando houve a blitz eu fui agredido verbalmente, entrei com representação, mas não houve resposta, tudo fica abafado. Mas também há outro problema: os gays são poucos organizados se compararmos com outros movimentos, precisamos criar lideranças, ter motivação, temos que brigar, ta na hora de colocarmos na política não apenas pessoas que sejam simpatizantes a causa gay, mas que também sejam GLBT de fato.
Qual a sua avaliação sobre o CADS?
É bom, mas é pouco, é um avanço, porém ainda não tem muita força. Tirando isso os meninos estão de parabéns. Mas falta às pessoas se apropriarem do CADS, por exemplo, eu participo de várias ações do CADS como voluntário. Outro problema também e a má divulgação do centro (CADS), muita gente ainda não conhece.
Você tem ambições políticas/partidárias?
Sou pré-candidato a vereador por um partido de esquerda, o qual ainda não posso revelar, mas logo irei dizer qual é. Mesmo que eu não venha a ganhar, claro que eu desejo me eleger, acho importante lançar o meu nome, precisamos de opções que realmente representem a comunidade gay nas eleições, e sem contar que temos outros nomes: Léo Áquilla, a Salete Campary, tem o Beto de Jesus, que eu não sei se é candidato, mas é uma grande liderança… O meu desejo é que todos se elejam, seria ótimo né. Tenho uma idéia pra lançar depois das eleições que é reunir todos os candidatos GLBT num partido só, isso seria bom por conta da porcentagem, pois se um é muito bem votado, isso pode ter respaldo nos outros candidatos. Vou fazer essa campanha, quero a união do movimento [GLBT].