Após a morte de seu companheiro Fábio, morto em fevereiro deste ano em decorrência de um aneurisma cerebral, José Avila se viu em uma situação inédita: Foi impedido de entrar em seu próprio apartamento. Morando a oito anos como um casal, em Porto Alegre, Avila foi expulso de seu imóvel pela família de seu companheiro sem ao menos poder retirar seus pertences, como roupa, documentos e objetos pessoais.
Fragilizado com a situação, o gaúcho foi aconselhado por amigos a entrar na justiça com um processo de reintegração da posse do imóvel. Em primeira instância, foi concedido a Avila, no dia 12 de março, uma liminar de posse do apartamento, em conseqüência de provas apresentadas em juízo. Porém, Ávila afirma que isso é apenas o começo de um tumultuado processo, pois os familiares questionam ainda a legitimidade de sua relação com Fabio.
Ao site A Capa, José Avila informou que mantinha com a família de Fábio "uma relação de silêncio diplomático, ou seja, ninguém falava nada. Como são do interior (Jaguarão), por vezes vinham a Porto Alegre, e se hospedavam conosco", disse. E, definiu sua relação como " amigável" aos parentes de Fabio.
Avila conta ainda que antes da morte de Fabio, o casal estava em "um momento de projetos" em suas vidas. Ambos dividiam alguns bens materiais, como um carro recém adquirido e mantiam uma empresa bem sucedida.
Em decorrência da primeira liminar, Avila poderá ficar em seu apartamento e dar seqüência no processo de reconhecimento de união estável.
A situação de Avila não é um caso isolado, há milhares de gays que sofrem injustiças após a morte de seu companheiro. No entanto, este caso veio a tona devido a uma grande divulgação por meio de blogs e veículos de comunicação voltados ao público gay.
O blogueiro Marcos Costa foi um dos do que tomaram a frente e, sensibilizado, divulgou entre diversas mídias o caso.
"Acho que as vésperas da Parada Gay as pessoas tem que se conscientizar que não é uma parada que muda o mundo e sim a participação de cada um, ao seu modo, formando uma corrente do bem. Esta luta do Zé Avila é a luta de todos nós", declarou Marcos que promoveu ainda uma espécie de abaixo assinado disponível nas lojas FOCH de São Paulo e Curitiba para formalizar a ajuda a Avila.