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Fauxssexual

Não posso nem ouvir falar mais em Lindsay Lohan.

Essa chatice de “sou, não sou, sou, não sou” já enjoou.

Como diria uma amiga, isso é falta de lavar banheiro.

Sempre que ela se depara com alguém sofrendo por um dilema, ela dispara: vai lavar banheiro, minha filha! Isso passa em dois segundos. Não tem nada que horas esfregando uma privada não resolva.

Aliás, não é só a Lindsay que me cansa. Todas essas notícias de beijei-uma-garota-mas-isso-não-significa-que-estou-apaixonada me irritam. Pink, Katy Perry, Fernanda Young (gosta de homem pra namorar? Ahã), Jodie Marsh, Kylie Minogue… agora virou moda dizer que poderia ser, que foi, que é mais ou menos ou que está mas não é lésbica.

Usar a lesbiandade como marketing me irrita. Me sinto usada. Daqui a pouco vão lançar um braço de marketing específico para isto: Marketing Fauxssexual.

Caiu a audiência? Anda fora da mídia? Se for homem, diga que já deu um beijo gay na adolescência, se for mulher, arrume uma amiga DJ lésbica e fique assim: diga que é, depois diga que não é mais, aí diga que está mas não é, depois diga que está e pode continuar sendo. É receita certa de notas e mais notas na imprensa.

Onde ficamos nós, homossexuais autênticas? Por que não somos notícia do bem? Por que raramente se fala sobre nossas conquistas, nossas lutas?

Nós, lésbicas genuínas, só aparecemos na mídia quando o assunto é polêmico. Filme pornográfico com lésbica famosa, lésbicas que foram expulsas da escola porque descobriram seu relacionamento, personagens lésbicas na novela… quero e exijo espaço para notícias boas também!

Ou será que vamos precisar dizer que somos heterossexuais enrustidas para aparecer? Eu, hein.

Quer saber? Vou lavar meu banheiro que ganho mais. Fui…

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