A rotina de Felipeh Campos mudou depois que ele resolveu se pronunciar como o primeiro fundador da torcida gay do Corinthians, a Gaivotas Fiéis.
Através das redes sociais, o jornalista vem sendo alvo de xingamentos homofóbicos e recebe constantemente ameaças por parte de torcedores corintianos.
Segundo Campos, a primeira agressão física aconteceu nas últimas semanas, quando ele e um amigo passeavam pela Av. Paulista, em São Paulo. A intimidação se deu por um "esbarrão" e ofensas como "bicha" e "veado".
"Ele [torcedor] disse para mim: 'Aí mano. Vai ficar pequeno para você, quero ver se você vai entrar no estádio com a sua torcida. Aqui é Corinthians. Vou te pegar, vou te pegar'", relatou o jornalista em entrevista ao Uol.
O fundador da Gaivotas Féis disse ainda que as ofensas só pararam quando ele ameaçou chamar os policialis que passavam pela rua naquele momento. Para o jornalista, esse tipo de torcedor é o "primeiro a descer para o vestiário".
Apesar das ameaças, o jogador não prestou boletim de ocorrência. "Foi uma situação que eu não sabia como resolver, tive que encarar o meu homem, colocar meu macho pra fora. Porque se ele viesse para cima, apanhar eu não ia", declarou.
"Não me senti constrangido porque de tudo que ele me xingou, eu já sei. Sou assumidamente gay, não me acho bicha, nem veado. Mas é a forma como as pessoas costumam se referir, não é nada daquilo que eu não seja. É redundante", completou.
Felipeh Campos, que não pensa em desistir da torcida Gaivotas Fiéis, disse ainda que as ameaças que tem sofrido através de seu Twitter e Facebook estão sendo analisadas pelo setor de crimes digitais da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
No último final de semana, a torcida do Corinthians se revoltou contra o jogador Emerson Sheik, devido a polêmica do selinho. Uma faixa em Araraquara, cidade onde a equipe disputava uma partida, foi colocada chamando o jogador de "viadinho".