Em tempos de internet, os novos grupos ganham primeiro o espaço virtual com singles, EPs e, depois, se der certo e obtiverem milhões de acessos, ganham os discos orgânicos. Não que isso faça diferença hoje em dia, vide outra dupla que já passou pelo Brasil, Digitalism.
O fenômeno do momento na seara virtual é a dupla inglesa de synthpop La Roux, formada pela vocalista e compositora Elly Jackson e pelo co-escritor e produtor Ben Langmaid. Seguindo o be-a-bá dos artistas virtuais, eles lançaram em 2008 o single "Quicksand", em seguida veio "In For The Kill", que alcançou o 2º lugar no UK Single Chart, a parada britânica. Com a música "Bullet Proof" conquistaram um público fiel e hoje tocam em MP3 do mundo inteiro.
La Roux surge na esteira de duplas como The Kills, Digitalism, The White Stripes, The Golden Filter, Justice e muitos outros. A pergunta: é legal o La Roux? Depende, se comparado com todos os citados acima, eles são bem ruins. O maior problema da música deles é que as batidas não evoluem, fica tudo na mesma. Assim, as canções poderiam ter entre 2 e 3 minutos e ficariam menos chatas. Mas eles gostam de se prolongar em cima do mesmo ritmo. Não é descartável, porém, não é tudo isso que o povo anda falando. O som é bem fraco e soa datado, algo bem anos 80.
A seguir confira o faixa a faixa que fizemos do disco de estreia do La Roux:
1 – In for the kill – Nos primeiros segundo o som parece incrível, mas não se engane: no segundo minuto da canção dá vontade de pular para a próxima, é o que nós faremos agora…
2 – Tigerly – Bem legal, apesar da síntese que lembra as batidas de um karaokê do bairro da Liberdade, funciona para dançar. Bonitinha.
3 – Quicksand – Continua na mesma. Batidinhas leves e fáceis. Não dá pra considerar que eles sejam um grupo de electro, podemos dizer que eles tentam ser. Até a cantora pop Lady Gaga consegue ir mais longe do que eles em suas melodias.
4 – Bullet proof – É a mesma música? Não, já estamos na quarta. Não entendo por que tanto barulho em torno desse duo. Desculpe, é chato. Seria uma grande dupla se estivéssemos em 1985. Felizmente estamos em 2009…
5 – Colourless Colour – Com certeza a melhor do disco. Super climática, ótima pra dançar juntinho. Voltando: se estivéssemos nos anos 80 ia ser um clássico.
6 – I’m not yours – Olha, espero realmente que no próximo disco, quando eles estarão ricos, que comprem teclados e sintetizadores bons. A distorção deles é o que mata. É datado demais. E por que a vocalista sempre canta no mesmo tom, em falsete? Nossa, chega a ser pedante, sério.
7 – Cover my eyes – Não queria escrever, mas chegando na sétima música não deu, foi inevitável: sabe o que o som deles lembra, música após musica? Roxette, lendária banda pop dos anos 80. Agora dá para entender onde eles foram buscar suas influências para esses teclados chatérrimos. Jesus! E essa música poderia ser muito bem interpretada por Reginaldo Rossi.
8 – As if by magic – As coisas ficam um pouco melhor por aqui. Nessa música é nítida a influência de Pink, sim, a cantora, no som deles. Aliás, o estilo da moça que canta faz bem a linha "Pink made in England".
9 – Fascination – Bom, perto do fim do disco – que é quase uma batalha para se chegar até aqui -, parece que a dupla se dá conta de que está em 2009. Mas aí você pode descobrir que o mais irritante não são os teclados pobres, mas sim a voz da menina. Chata. Essa canção é boa pra encerrar a boate.
10 – Reflection are Protections – Se você ficar distraído nem notará que já é outra música. É tudo homogêneo no trabalho deles. Sem graça.
11 – Armour love – Resolvem fazer balada, mas assim como o disco inteiro, não funciona. É muito pobre.
12 – Growing pains – É aquela história, surgiram uma série de duos: The White Stripes, The Kills, Golden Filter e outros. Mas nem todos são bons e nem fenômenos são, isso não quer dizer que, por ser uma dupla, será incrível. Por exemplo, esse La Roux é ruim. Torcemos para que no segundo disco eles evoluam musicalmente e sejam mais criativos em suas melodias.