Como todo bom trabalhador brasileiro, emendei o feriado de 21 de abril e Semana Santa. Isso significa que a nossa história permanece paradinha no mesmo lugar de antes. Pelo menos o recesso me deu uma nova forma de começar o nosso papo, sem precisar dizer mais uma vez: Não escrevi nada.
Refleti e me contradisse na questão do escritor profissional. Pois é, não precisa de ninguém me dar argumentos contra, eu mesmo dou. Já disse várias vezes, pra mim mesmo e aqui também, que escrever é um trabalho. Quem se propõe a ser um autor profissional tem que se conscientizar disso e sair do conforto do fazer na hora que der. É preciso estabelecer regras como horário de dedicação, metas e prazos. Todo (ou quase todo) serviço não é assim?
Daí eu vou e dou o contra. Tá certo, a maioria das pessoas vive desse jeito, presa nessa rotina e na necessidade da disciplina. Hora de chegar, hora de sair, hora de viver. Se você consegue transgredir e misturar tudo numa coisa só, hora de trabalhar com hora de viver, por que abrir mão e se obrigar a "bater ponto"?
Então, vou tentar conciliar as duas coisas. Deixar solto demais a gente sabe que não funciona. Se não tem prazo, fica pra depois. Por outro lado, criar as próprias amarras também não me parece o mais agradável a se fazer. Essa semana vou tentar o modelo meio a meio, sem prisão, mas com obrigação. Quem sabe né?
Para encerrar, conto que assisti o documentário com a escritora Fran Leibowitz na HBO. Já haviam me dito que nós dois tínhamos muita semelhança em ações e comportamentos. De fato, me reconheci em diversas questões levantadas. Numa eu acho que podemos até disputar, pois ela se intitula a escritora mais preguiçosa do mundo. É minha cara Fran, fique sabendo aqui no Brasil tem alguém no páreo.
Beijão!