Descubra a história e o simbolismo da celebração que enaltece a maternidade na primavera
Todo segundo domingo de maio, o Brasil e o mundo celebram a Festa da Mãe, um momento para homenagear a força, o amor e a complexidade da maternidade. Mas você sabia que essa data carrega uma história que atravessa milênios e atravessa culturas, religiões e até movimentos sociais?
Raízes antigas da maternidade celebrada
A tradição de celebrar as mães remonta às antigas civilizações greco-romanas, quando se realizavam festivais dedicados às deusas femininas ligadas à fertilidade e à criação da vida. Esses rituais celebravam a generosidade da natureza e o papel fundamental da figura materna no ciclo da existência.
Com o passar dos séculos, a festa ganhou contornos religiosos na Idade Média, especialmente dentro do cristianismo, com a devoção à Virgem Maria, mãe de Jesus, considerada a “Mãe de todas as mães”. A imagem da Maria, reconhecida oficialmente no Concílio de Éfeso em 431 d.C., tornou-se símbolo da maternidade idealizada, um modelo que ecoa até hoje em muitas tradições.
A modernização do Dia das Mães e seu significado social
O que conhecemos hoje como Festa da Mãe foi, no entanto, formalizado apenas entre os séculos XIX e XX, com destaque para os Estados Unidos. A ativista pacifista Ann Reeves Jarvis, após a Guerra Civil Americana, promoveu encontros para unir mães do Norte e do Sul, fomentando a reconciliação e a paz. Sua filha, Anna Jarvis, levou adiante essa ideia, organizando eventos em homenagem às mães e, em 1914, o presidente Woodrow Wilson oficializou a data como o segundo domingo de maio.
No Brasil e na Itália, a celebração chegou mais tarde e, por vezes, foi apropriada para fins políticos, como durante o regime fascista italiano, que utilizou a data para promover a natalidade e a figura da mãe tradicional. Hoje, porém, a Festa da Mãe é uma celebração plural, que reconhece a diversidade de experiências maternas e o amor que transcende estruturas familiares convencionais.
Por que maio é o mês das mães e o significado para a comunidade LGBTQIA+
Maio é o mês dedicado à Virgem Maria na tradição católica, o que reforça o simbolismo materno sagrado, além de ser uma estação marcada pelo florescer da primavera, trazendo cores, vida e renovação. Para a comunidade LGBTQIA+, essa data assume um significado especial ao ressignificar a maternidade para além do modelo biológico e tradicional, celebrando todas as formas de cuidado, afeto e criação que constroem famílias diversas e cheias de amor.
Hoje, a Festa da Mãe é também um convite para reconhecer e valorizar mães LGBTQIA+ que enfrentam desafios únicos, como a resistência social, a busca por direitos parentais e o fortalecimento de vínculos familiares não convencionais. É uma oportunidade para celebrar o amor incondicional que constrói lares e histórias, independente de gênero ou orientação sexual.
Celebrar a maternidade em toda sua pluralidade
Ao celebrarmos o segundo domingo de maio, lembramos que a maternidade é uma experiência multifacetada, que pode ser vivida de muitas formas: biológica, afetiva, social, escolhida ou conquistada. O Dia das Mães é, portanto, uma festa que transcende rótulos e abraça todas as mulheres e pessoas que cumprem o papel de mãe, com coragem, amor e resistência.
Que essa data inspire a valorização das relações maternas em suas mais variadas expressões, fortalecendo o respeito, a inclusão e a celebração das famílias LGBTQIA+ e de todas as formas de amor que constroem um mundo mais justo e acolhedor.