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Festival de Teatro de Curitiba começa recheado de peças de interesse gay

Homossexual sim, viado não. Este é o título de uma das dezenas de peças com conteúdo homoerótico que faz parte da programação do 18° Festival de Teatro de Curitiba, que mobiliza a cidade inteira em duas semanas para ocuparem os teatros e põe a população local, artistas, convidados e jornalistas a participarem de uma maratona de atividades, boa parte dela concentrada no Memorial do Largo da Ordem.

Todo ano o festival traz em sua programação peças que agradam o público GLS e/ou são destinadas a relatar o dia-a-dia de tal público. E esse ano não é diferente. Cerca de duas dezenas de peças, entre as centenas selecionadas para compor a Mostra Oficial e o Fringe, oferecem ao público diversas possibilidades de divertimento.

Na Mostra Oficial existe a chance de ver dois cânones da dramaturgia mundial, Edward Albee ("A Cabra ou quem é Sylvia") e Tennesse Willians ("O Zoológico de Vidro"). Ambos gays assumidos. O primeiro conta a história de um pai (José Wilker) que resolve trocar a mulher por uma cabra, entre eles há o filho, homossexual. Willians retrata na sua peça mais autobiográfica, o hábito de alguns homens de se refugiar no cinema todas as noites. EUA década de 50, Tom não tinha muitas possibilidades, então digamos que veladamente "caçava" no cinema. Não espere um drama sobre pegação, a história é sobre o relacionamento dele com a mãe (Cássia Kiss) e a irmã.

Ainda na Mostra Oficial, "Medida por Medida", texto raramente montado de Shakespeare, ganha direção do talentoso Gilberto Gawronsky e dividiu opiniões cariocas ao trazer todo o elenco feminino, interpretado por homens. "Calígula", com direção de Gabriel Vilella também traz uma cena homoerótica entre Calígula e um dos seus amantes, porém é bem rápido, se você piscar, perde.

Na linha da comédia (rasgada) teremos: "As Fervidinhas" (repetindo a participação de outros anos), "As Fervidinhas em pânico no teatro", "Pretas por ter", "As Quarentonas", "Por trás do Retrato", "A noite das mal dormidas" e "Papai não é mamãe".

Peças com conteúdo homoerótico é sempre um risco, entre as que se supõe sérias pela sinopse temos: "Homossexual sim. Viado não!", "No meio do Caminho", "Delicado Encanto", "Como Criar um idiota", "Melan & Colia" e "Uma pilha de pratos na cozinha", de Mario Bortolloto.

Caio Fernando Abreu é presença obrigatória todos dos anos. Desta vez comparece com: "Que muito amou" e "A Maldição do Vale Negro".

Para os fãs da eterna Magda, do humorístico Sai de Baixo, imperdível mesmo é ver o show "Romance" com Marisa Orth, que canta músicas românticas e bregas, improvisa com o público e solta o vozeirão. O festival segue até o dia 29 de Março e toda a programação pode ser conferida no site http://www.festivaldecuritiba.com.br/

* Colaboração especial para o site A Capa

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