A animação comeu solta, em todos os sentidos, nesta quinta-feira (06/11), durante a abertura do terceiro Festival Internacional de Animação Erótica – o FIAE – no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Apesar da chuva e do trânsito lento, muitos cariocas compareceram à festa. Entre os famosos, estavam Carolyne Ferreira, a apresentadora gostosona do canal Sexy Hot – um dos apoiadores do festival.
No pátio próximo à cinemateca foram montados um telão e um bar, onde os convidados se esbaldavam com cervejas e energéticos. O público, bastante eclético, contava com moderninhos e "caretões", que variavam na faixa dos vinte aos quarenta anos.
"Acho uma liberdade de expressão bacana, é atual. As animações são liberais e bem realistas." – relata a estudante Tatiana, 24 anos, que participou do festival pela primeira vez e veio acompanhada da namorada. Outra espectadora, a estudante Rosana, 20 anos, ficou impressionada com a qualidade dos curtas. "É tudo muito bem feito, não importando a técnica, seja ela 3D ou Stop Motion", diz.
Abertura calorosa
A abertura ocorreu por volta das 20h30 com a exibição de dez curtas. Destes, três tinham temática homossexual. Todos, em geral, foram muito bem recebidos pelo público, que aplaudia calorosamente ao final de cada animação. Entre os temas abordados estavam sexo grupal, masturbação e o sexo descartável. Alguns filmes até exibiam mensagens educativas do tipo "viva bastante para encontrar a pessoa certa".
Ao todo, duzentos filmes foram inscritos e cento e quarenta e nove selecionados. A escolha dos melhores filmes será feita pelo próprio público, que receberá uma ficha para dar as notas no início de cada sessão. A premiação será feita no último dia do festival, na próxima sexta-feira 14/11.
Para o publicitário Ricardo, 25 anos, interessante foi a maneira como os temas foram abordados. "Os filmes são muito bem humorados e divertidos. Não tem nada de promiscuidade ou qualquer outra coisa que possa chocar o espectador", conclui.
Após a primeira exibição, que durou cerca de uma hora, os convidados se dirigiram novamente ao pátio, onde uma nova rodada de curtas estava sendo exibida no telão externo. A festa prosseguiu com a animação dos Djs até altas horas.
Prevenção
No discurso de abertura, Alexander Mello disse que "seria falso dizer que foi fácil produzir o evento, porque há muito preconceito". Segundo ele, o número de inscritos triplicou desde a primeira edição, ocorrida em 2006. "Fiquei impressionado com a quantidade, mas também a qualidade dos filmes", conta Alexander, que recebeu curtas de diversos países.
A outra organizadora, Priscila Secco, explicou que há muita confusão entre erotismo e pornografia. "Cada um exerga de maneira diferente. Nossa proposta é exibir o feitiche, o amor, o romance. A gente evita filmes com penetração ou extremamente explícitos." – explica. Priscila diz também que a escolha é baseada na qualidade técnica e em critérios subjetivos e destaca uma sessão especial, a "Sexo Seguro". "Ela é importante, pois gera informação para o público sexualmente ativo tanto hétero quanto homo", afirma.
Made in Turquia
A única animadora presente na festa foi a turca Özgül Gürbüz, 28 anos, diretora do filme "Love and Marriage" – super aplaudido durante a abertura. O curta conta a história de um casal supostamente hétero que tenta esquentar a relação a todo custo. A animação fez parte de um projeto de graduação em 2004, quando ainda era estudante da área. "Tive seis meses para terminá-lo. Foi uma espécie de dever-de-casa. Agora, estou trabalhando no meu segundo filme", revela.