Premiação reconhece talento de artistas trans e não binários, fortalecendo a representatividade queer no cinema global
O 16º Festival de Cinema KASHISH 2025 encerrou com uma cerimônia deslumbrante que celebrou a diversidade e a arte LGBTQIA+. Durante cinco dias, o evento reuniu obras audiovisuais de diferentes países, destacando histórias que refletem as vivências e lutas da comunidade queer.
Reconhecimento global para vozes queer
O filme islandês Odd Fish, dirigido por Snaevar Solvason, foi o grande vencedor da noite, levando o prêmio de Melhor Filme Narrativo. A atriz trans Arna Magnea Danks, protagonista da obra, conquistou o prêmio de Melhor Atuação Principal, marcando um momento histórico para artistas trans no cenário cinematográfico. Arna, que também é mãe, professora e poeta, expressou sua gratidão e emoção por essa conquista inédita.
Outro destaque internacional foi o filme Baby, uma coprodução entre Brasil e Holanda, que faturou o prêmio de Melhor Roteiro. Os escritores Gabriel Domingues e Marcelo Caetano foram reconhecidos por seu trabalho, enquanto o jovem ator brasileiro João Pedro Marian recebeu menção especial pelo desempenho no longa. Marcelo, diretor do filme, compartilhou seu carinho pelo público indiano e o desejo de retornar para novos projetos.
Premiações que fortalecem a representatividade
Além dos destaques internacionais, o festival valorizou produções indianas e de outras partes do mundo. O documentário sérvio Warm Film recebeu o prêmio Unidade na Diversidade, celebrando a visibilidade LGBTQIA+ no cinema. No âmbito nacional, o curta The Jasmine That Blooms In Autumn foi eleito o melhor curta narrativo indiano, e o documentário B AND S conquistou o prêmio de melhor curta documental.
O prêmio Riyad Wadia para melhor cineasta emergente indiano foi para Saikat Mondal com seu filme Jalsa. Já o prêmio Ismat Chughtai, que reconhece mulheres cineastas de origem indiana, foi dividido entre a cineasta não binária Shoi, por Project Priyo, e Joey Kaushik, por The Witch Of Vihar Lake, reforçando a importância da diversidade de gênero na produção audiovisual.
Celebrando arte e identidade em um só palco
A cerimônia de encerramento contou com performances vibrantes, incluindo a dança do coletivo LGBTQ+ The House of Sway e um show musical da banda Bombay Noor. Também foi lançado o trailer da série documental In-Transit, que em breve estará disponível na Amazon Prime, trazendo ainda mais visibilidade para narrativas queer.
O festival KASHISH 2025 foi uma verdadeira celebração da arte e da representatividade, destacando como o cinema pode ser uma poderosa ferramenta de inclusão e empoderamento para a comunidade LGBTQIA+. Com vozes trans, não binárias e queer ganhando cada vez mais espaço, o evento reforça o compromisso de ampliar o diálogo e fortalecer a visibilidade dessas histórias no mundo.
Essa edição do festival deixa claro que a representatividade LGBTQIA+ não é apenas necessária, mas urgente, e que o talento dessas artistas e artistas transcende fronteiras, conectando pessoas em todo o planeta através da arte, emoção e identidade.