A 16ª edição do Festival Mix Brasil de Cinema e Vídeo da Diversidade Sexual que começa hoje e vai até dia 23 de novembro em São Paulo promete fortes emoções. Já no slogan da campanha, o festival deixa uma mensagem de reflexão sobre o que é normal e o que não é com a pergunta: ‘O que é estranho para você?’. Ao total serão 200 produções de 30 países, com um recorde de filmes brasileiros. Para começar, hoje no Memorial da América Latina está programada uma festa de abertura para convidados e a exibição do filme ‘Antártica’, do israelense Yair Hochner. Israel será homenageado na seção ‘Mundo Mix’.
Segundo a diretora do Festival, Suzy Capó, o Festival deste ano traz trabalhos que misturam o sinistro com o espírito do cinema ‘Queer’. "Foi difícil fazer isso porque a maioria das coisas que a gente encontrou, estão sendo criadas e exibidas no contexto das artes plásticas, em galerias e museus. Mas, fizemos chamadas em nosso mailling de diretores e contamos com a colaboração de vários curadores de festivais internacionais", conta Suzy.
As seções também estão cheias de surpresas. A ‘Mundo Mix’, por exemplo, apresenta dez longas e quatro curtas israelenses. Já na ‘Mostra Competitiva Brasil’ participam 20 curtas metragens. Durante toda a mostra, o cinema brasileiro apresenta sua força com 51 produções.
O festival conta ainda com outras seções como ‘Panorama Internacional’ com filmes em circulação nos festivais internacionais e no circuito LGBT; ‘Retrato Falado: Transgêneros Mostram Outra Face’ que mostra documentários sobre transexuais e travestis. Além de sessões exclusivas de homenagens ao cineasta e artista inglês Isaac Julien com a exibição de seu último filme ‘Derek’ e projeções ao ar livre de filmes que serão feitos a partir de roteiros desenvolvidos na oficina do projeto Fucking Different São Paulo.
O Mix Brasil também terá a seção ‘Rewind, Fast-Forward, Pausa para um Cigarro’ no Museu de Arte Moderna (MAM) e o já tradicional ‘Show do Gongo’ com a apresentação de Marisa Orth e que dessa vez acontece no teatro do Memorial da América Latina na próxima segunda-feira (17/11). "Todos os filmes são muito bons, mas os documentários realmente valem a pena", declara Susy.
O Mix Music com a presença de Perla e Maria Alcina e o ‘II Leitura Dramática’, também fazem parte da programação.
Filmes Imperdíveis
Ser como os outros (Be Like Others) Canadá/Irã/Inglaterra/EUA, 2008, 74 min.
A diretora e roteirista Tanaz Eshaghian sempre investiu na realidade dos cidadãos iranianos. Neste longa, ela lança um olhar íntimo e provocador sobre jovens iranianos que escolheram se submeter a uma operação de mudança de sexo. Para produzir o longa, que conquistou três prêmios no festival de Berlim 2008, a diretora acompanhou vários jovens antes, durante e depois do processo de operação.
Japan Japan – Israel/Alemanha/EUA, 2007, 65 min.
Em sua primeira produção, Lior Shamriz queria estruturar sua história ficcional como se fosse um documentário. O filme, conta a história de Imri, que após ser dispensado do exército, muda-se para Tel-Aviv, cidade periférica de Israel. Ele divide apartamento com um colega e consegue trabalho em uma loja, decidido a economizar para no futuro se mudar para o Japão. Enquanto aprende japonês, ele desfruta da noite local em encontros com diversos homens.
Gay… E Dái? França, 2007, 72 min.
O documentário que deu origem à idéia da campanha do Mix Brasil tem direção de Jean Baptiste Erreca (Cowboys Forever – 2006) e Anna margarita Albelo e é uma seleção de reportagens internacionais exibidas em novembro de 2007 no programa ‘La Nuit Gay’, da rede francesa de TV ‘Canal +’. Os retratos são atuais e esclarecedores sobre a vida de gays, lésbicas e transexuais em sete importantes cidades do mundo: Berlim, Londres, Paris, Havana, Nova York, Madri e Pequim. O documentário procura responder a questões referentes a forma como entendemos a cultura gay hoje.
Para mais informações ou para ver a programação completa, acesse o site do 16º Festival Mix Brasil.