Comunidade LGBTQIA+ de Seul realiza festival após eleição de presidente liberal e enfrenta protestos conservadores
Em Seul, capital da Coreia do Sul, a comunidade LGBTQIA+ se reuniu neste sábado para celebrar o Festival Anual da Cultura Queer, um evento que simboliza não apenas a diversidade, mas também a luta constante por direitos e reconhecimento social. A edição deste ano ganhou ainda mais significado após a recente eleição de um presidente liberal no país, que renovou as esperanças de avanço para a população LGBTQIA+ na região.
Apesar dos progressos, a comunidade ainda enfrenta resistência significativa de grupos religiosos conservadores que continuam a obstruir a aprovação de leis contra a discriminação e negam o reconhecimento legal de uniões LGBTQ+. Essa tensão se refletiu também na realização do festival, que no ano anterior sofreu com negativas e obstáculos para a liberação do espaço, mas que desta vez finalmente conseguiu autorização das autoridades municipais.
Resistência e esperança em meio a novos tempos políticos
Hwang Chae-yoo, coordenadora do evento, destacou o espírito de perseverança da comunidade, afirmando que o lema da 26ª edição é “nós nunca paramos”. Ela lembrou que, durante o governo anterior, o discurso de ódio contra a homossexualidade e a população LGBTQIA+ se intensificou, resultando em políticas que marginalizavam ainda mais essas pessoas. “Por isso expressamos nossa vontade de nunca desistir e continuar lutando pelos direitos humanos”, ressaltou.
A eleição do presidente Lee Jae-myung, considerado liberal, trouxe uma nova onda de otimismo. Embora ele não tenha abordado diretamente questões LGBTQIA+ durante sua campanha, muitos veem sua vitória como um passo possível para condições mais inclusivas e justas para a comunidade queer sul-coreana.
Protestos refletem polarização social
O festival foi acompanhado por protestos organizados por grupos conservadores que se posicionam contra a visibilidade LGBTQIA+. Nas proximidades do evento, manifestantes exibiram cartazes com mensagens como “Pare a homossexualidade” e “Destrói famílias”. Apesar da tensão, o ato não resultou em confrontos, refletindo a complexidade do momento em que a luta por direitos caminha lado a lado com forte oposição.
O Festival Queer de Seul, portanto, representa mais do que uma celebração cultural. Ele é um símbolo pulsante da resistência, da busca por reconhecimento e da esperança por um futuro onde a comunidade LGBTQIA+ possa viver com dignidade e igualdade. Para a população queer do país, a mensagem é clara: a luta continua, e a presença no espaço público é uma forma poderosa de afirmar sua existência e seus direitos.
Enquanto o cenário político sul-coreano ganha contornos mais progressistas, o festival reafirma a importância da representatividade e da mobilização, inspirando a comunidade LGBTQIA+ local e global a seguir firme em sua trajetória de conquistas.
