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Filme baseado em obra de escritor gay vale a pena, mas com ressalvas

"Onde Andará Dulce Veiga?", filme de Gilherme de Almeida Prado, baseado na obra do escritor e jornalista gay, Caio Fernando Abreu, falecido em 1996 por complicações decorrentes do vírus da AIDS, vale a pena ser assistido, mas com ressalvas.

Apesar de o filme ser recheado de estrelas globais, não espere um show de interpretação da protagonista Carolina Dieckmann nas telonas. Ela não combina com sua personagem, a roqueira lésbica Márcia Felácio, filha, na história, da desaparecida Dulce Veiga (Maitê Proença). A atriz não é muito convincente como lésbica, tampouco como roqueira. Mesmo se esforçando para cantar as músicas, ela não desenvolveu muita intimidade com a guitarra. Toda sua "rebeldia" acaba sendo fingida demais.

Eriberto Leão, que interpreta o jornalista Caio, responsável por descobrir o paradeiro da cantora Dulce Veiga, desempenha bem seu papel. Um repórter meio perturbado em busca da verdade.

O filme funciona bem em muitos momentos. Aliás, funciona muito bem nas cenas que não existem, onde o que vemos na tela é a imaginação do personagem e não o desenrolar da história. Assim como em muitos dos contos de Caio F. as palavras não ditas são marcantes e fortes.

Se for assistir ao filme, não deixe de prestar atenção na participação de Oscar Magrini. Há belos corpos masculinos e muitos nus frontais exibidos nessa parte. A cena da "pietá gay", por exemplo, é bastante poética.

No filme há algumas cenas de beijos entre homens, mas o beijo (hétero, diga-se) no final, decepciona, além de ser um super clichê.

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