Menu

Conteúdo, informação e notícias LGBTQIA+

in

Filme com Daniel Oliveira apresenta relação incestuosa entre pai e filho

Com exibições na 32º Mostra de Cinema, em São Paulo, o filme ‘A Festa da Menina Morta’ – que marca a estréia de Matheus Nachtergale na direção – apresenta a vida de moradores do interior do Amazonas que passam a cultuar uma garota após sua morte.

Na história, o ator Daniel Oliveira vive Santinho, personagem que é tratado pelos moradores como ‘santo’ por ter encontrado os trapos do vestido da menina. Toda a região o venera e acabam o transformando numa santidade que faz ‘revelações’ e concede bênçãos em nome da menina.

Logo no início do filme, podemos perceber que de santo, Santinho não tem quase nada. O jovem é grosseiro com suas tias e irmã, que devem lavar todos os dia seus pés e ainda cantarolar sem desafinar. Caso contrário, é um prato cheio para que o rapaz desconte sua raiva aos gritos, lançando a bacia com água para longe.

Alguns classificariam o personagem de Daniel como uma ‘bichona’, devido aos seus surtos de humor e agressividade. Santinho apresenta ainda traços delicados, voz suave e um gestual um tanto quanto feminino. 

Com o suicídio de sua mãe, o jovem passa a ocupar o seu lugar, literalmente. Porém, só percebemos isto no desenrolar do filme que, em meio a uma crença religiosa, surpreende com uma relação de incesto entre Santinho e seu pai, vivido pelo ator Jackson Antunes.

No início, um homem mais velho aparece dormindo ao lado de um corpo aparentemente feminino, que, na verdade, pertence a Santinho. O jovem, por vezes, se acha parecido com sua mãe (Cássia Kiss) e, talvez, por tal semelhança e conflito interno, é que Santinho usa o tempo todo uma peça de roupa de sua progenitora, dorme na mesma cama que ela dormia e sente prazer ao ser tocado por seu pai.

Em uma noite chuvosa, durante a preparação para 20º Festa da Menina Morta, Santinho está tomando banho e se insinua para seu pai que, acostumado com tal situação, inicia ali mesmo uma relação sexual com o filho.

Com um ótimo trabalho de câmera e fotografia, o diretor consegue fazer com que o corpo de Santinho se pareça, durante a relação, com um corpo de uma jovem de 20 anos.  É claro que, a genética do ator Daniel Oliveira contribui e muito para tal imaginação.

Apesar de longo, cerca de duas horas de filme, ‘A Festa da Menina Morta’ nos surpreende. A relação dos atores com a cultura local é algo que, por alguns minutos, nos fazem pensar que não se trata de uma ficção. O filme ainda discute a questão de cultos religiosos serem regados a festas e bebida alcoólicas. 

Vencedor na categoria Novos Diretores, no Festival de Chicago, o longa conta ainda com a participação de atores que dispensam apresentações, como é o caso de Cássia Kiss e Jackson Antunes. Além da belíssima interpretação de Daniel Oliveira que, a cada filme, parece ter o personagem principal escrito exclusivamente para sua interpretação.

"A Festa da Menina Morta" terá ainda duas apresentações na Mostra, e deve estrear em grande circuito no primeiro semestre do ano que vêm. Confira no álbum algumas imagens do longa.

Serviço:
Hoje, às 21h40, na Reserva Cultural
Dia 30, às 19h30, no Cine Bombril

Sair da versão mobile