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Filme mostra a trajetória de um médico gay para conseguir ser pai; Concorra a convites

Muito além dos rótulos
 
Filme mostra a difícil trajetória de um médico gay para conseguir ser pai
 
Certa vez aprendi que, na busca por um bem supremo ou um desejo acima da razão, uma pessoa pode ultrapassar os limites éticos de uma sociedade. A suposição de uma criança ser criada por dois pais ou duas mães e a utilização de uma barriga de aluguel geram discussões em todo o mundo.

No Brasil, uma votação recente, na Câmara dos Deputados, impediu que um Projeto de Lei – que dava a casais LGBTs o direito de criar uma criança – chegasse ao Senado. A polêmica da homoparentalidade é a temática central do primeiro longa do diretor Vicent Garenq e, se você imaginou que o filme é um drama com cenas de diálogos intermináveis, errou. Baby Love é uma comédia sutil e engraçada. 
 
Até onde você iria para adotar uma criança? O personagem principal de Garenq vai até o limite e deixa a seus espectadores uma mensagem cheia de perspectivas: "com coragem e luta é possível realizar um sonho". A trama se desenrola a partir do charmoso médico quarentão, Manu (Lambert Wilson), que tem um relacionamento estável com o belo advogado Philipe (Pascal Elbé).
 
Mesmo com a certeza de que poderia perder seu amado, Manu vai em busca de seu sonho supremo: Ser pai. Primeiro finge ser um heterossexual solteiro, mas a encenação não convence a assistente social. Quando conhece a designer argentina Josefina (Pilar López de Avala) vê nela a possibilidade de gerar seu filho.
 
Em meio a um tempo onde todos os valores relacionados à família estão em transformação, o filme Baby Love, que estréia dia 26 de setembro nos cinemas, trata com leveza de temas da atualidade, como as diferenças entre mulheres e homens com relação à paternidade, adoção, casamentos de fachada, inseminação artificial e aborto.
 
Em cada cena, o diretor reflete a cultura francesa e o amor à tradição familiar, mesmo quando os pais em questão não se enquadram no tipo tradicional de família.
 
Ambientado em Paris, o filme também satiriza o preconceito da sociedade através dos personagens mais próximos do médico. Seu namorado, Philipe, chega a dizer que o mundo gay é só diversão. Já sua ex-namorada Cathy (Anne Brochet) afirma no desfecho da história: "Não acredito, vocês viadinhos que ficam dando a bunda conseguiram ter um filho e eu não".
 
Na trama, há espaços ainda para citar a Espanha como um país mais avançado que a própria França em se tratando de direito homoafetivo. A piadinha do filme gira em torno de o país da península Ibérica ser tradicionalmente católico.
 
Além de comovente, o longa fala de homossexualidade sem rótulos e pré-concepções. Assim, os personagens gays só são percebidos pelos sentimentos nobres e delicadeza. Em meio a conflitos e troca de gentilezas, Manu e Josefina se vêm envolvidos e dormem juntos.

A idéia de Baby Love nasceu de uma história real há dez anos, quando Garenq soube que seu amigo homossexual Manu – nome que deu origem ao personagem principal – viajou num fim de semana com o namorado e um casal de lésbicas para discutir a possibilidade de conceberem um filho juntos. Na vida real ou na ficção, a história é uma lição de vida.
 
Promoção

Ficou interessado em assistir ao filme? A revista e o site A Capa vão te dar uma mãozinha. Em parceria com a distribuidora Imovision, reservamos 25 pares de ingressos para nossos leitores. As melhores respostas para a pergunta "O que você faria para adotar um filho?" enviadas para o e-mail redacao@acapa.com.br  levam um par de convites na faixa. Para participar é necessário assinar a mensagem com nome completo e RG, não esqueça de colocar "Baby Love" no assunto e boa sorte!

*Matéria publicada originalmente na revista A Capa #16

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