Cultuado e polêmico, o norte-americano Robert Mapplethorpe foi um dos poucos artistas a traduzir a beleza do corpo humano em suas criações fotográficas. Bissexual e sadomasoquista assumido, Mapplethorpe ganha mais uma exposição – a primeira vez foi em 2005 – na galeria Fortes Vilaça, em São Paulo.
Não é preciso muito esforço para admirar o forte impacto visual da obra do fotógrafo, morto em 1989 vítima da Aids. Nessa mostra estão expostas 33 fotografias em preto e branco que exploram duas conhecidas vertentes da produção do norte-americano: fotos de corpos nus e de flores.
Nelas, equilíbrio e simetria se unem para reforçar uma perfeição estética que não apela para o explícito. Aos olhos de Mapplethorpe, flores lembram genitálias e corpos nus assumem contornos de escultura. Esse resultado pode ser comprovado nas fotos da fisiculturista e performer Lisa Lyon e no torso masculino musculoso, ou ainda no retrato da cantora e poeta Patti Smith, musa do artista, com quem dividiu um apartamento em Nova York.
Poucos artistas foram tão originais como Mapplethorpe, um dos mais importantes da Pop Art. Se ontem suas exposições eram censuradas, hoje ele pode ser considerado um mito, não apenas por sua belíssima trajetória, mas também por ter imortalizado sua obra ao criar uma Fundação que angaria fundos para a luta contra a Aids.
Como Mapplethorpe disse certa vez, "eu não gosto de chocar, busco sempre o inesperado". Ao contrário do que ele poderia imaginar – e talvez ele até imaginasse – o que antes parecia mera provocação de uma mente genial se transformou na mais bela tradução de arte.
Confira mais fotos da exposição aqui.
Serviço:
Exposição Robert Mapplethorpe
Até o dia 26 de junho
Local: Galeria Fortes Villaça (rua Fradique Coutinho, 1500, São Paulo).
Informações: (11) 3032-7066 / (11) 3097-0384
Horário de funcionamento: De terça a sexta, das 10h às 19h; sábado, das 10h às 17h.
Grátis