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Fotógrafo gay David LaChapelle volta à ativa com exposição

A revista "Serafina" deste domingo (23), que chega ao público encartada no jornal "Folha de São Paulo", trouxe reportagem de capa sobre o badalado fotógrafo norte-americano David LaChapelle (foto, em auto-retrato).

A publicação realizou uma entrevista com David, revelando que ele estava vivendo recluso em uma região do Havaí, onde comprou um terreno – que antes sediava uma colônia de nudismo. Em seu novo lar, a principal atividade de LaChapelle – quem diria – é plantar abacates.

David iniciou sua carreira em 1981, pelas mãos de Andy Warhol, que o contratou para fotografar para a revista "Interview", criada e editada por Andy em 1977. Ao longo dos anos 80 David foi aperfeiçoando seu estilo, a caminho de se tornar o fotógrafo mais hype do planeta na década de 90.

Nos 90, ele especializou-se em clicar celebridades de diversos naipes e calibres, em figurinos ultra-bizarros – ou sem nenhum figurino, muitas vezes -, situando-as em cenários surrealistas, fantasiosos, absurdos e enlouquecedores.

Por suas lentes passaram todos que importavam: Leonardo DiCaprio, David Duchovny, Drew Barrymore, Elizabeth Taylor, Faye Dunaway, Debbie Harry, David Bowie, Madonna, Elton John, Pamela Anderson, Naomi Campbell, Gisele Bundchen, o próprio Andy Warhol…

O estilo explosivo e inconfundível de suas fotos passou a estampar capas de revistas, capas de CDs, campanhas publicitárias, videoclipes e o que mais viesse pela frente.

Mas em meados da década de 2000 LaChapelle surtou. Desgostoso com a mídia e com o aspecto comercial de seu trabalho, o artista isolou-se no Havaí. Não foi o primeiro surto do fotógrafo, que tem um histórico de internação em clínicas devido à sua bipolaridade.

Outras histórias cercam seu nome: a de que teria trabalhado como garoto de programa no final dos anos 70, perambulando pelo Studio 54 em Nova York – onde, aliás, conheceu Warhol; e o caso de um de seus primeiros namorados, que morreu vítima do HIV. Mas, segundo consta, LaChapelle não é soropositivo.

Curiosamente, a sexualidade de David somente nos últimos tempos vem sendo comentada abertamente. Na década de 90, nunca se afirmou com exatidão que ele era gay – apesar da evidente e inevitável atmosfera ultra-gay em seu trabalho, com influência nítida de outro baluarte gay da fotografia: a dupla francesa Pierre & Gilles.

Aos 47 anos, porém, LaChapelle resolveu dar o ar da graça novamente. Ele inaugurou uma exposição em Londres batizada de "The Rape of Africa" (O Estupro da África), no final de abril, com fotografias onde pretende criticar a política mundial, evitando buscar somente o lado carnavalesco e fashion que sempre marcou seu trabalho.

E por falar em Carnaval, uma das mais recentes musas de LaChapelle não poderia ser outra senão a onipresente Lady Gaga. É bem verdade que com seus figurinos esdrúxulos, ela nem precisaria de produção na hora de posar para David. Talvez por isso ele tenha optado por fotografá-la nua para a capa da "Rolling Stone" em 2009.

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