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Freiras do mosteiro

Irmã Dulce & Rosalina:

– o que vc tá fazendo, Rosalina?
– Inspeção, irmã Dulce.
– Inspeção? Mas eu não fiz nada de errado. Só desci neste cantinho pra tirar uma soneca após o almoço!
– Irmã Dulce, será que vc pode levantar isso aqui um pouco?
Isso. assim!
– Tá bom assim?
– Tá!
– Mas vem cá, quem te ensinou a inspecionar deste jeito?
– A Madre Superiora.
– A Madre? E ela te designou para inspecionar as irmãs também?
– Não, ela não sabe que estou aqui. Agora fica quietinha que preciso de concentração.
– Uma última pergunta, Rosalina?
– hum
– Que horas acaba a inspeção?
– Na hora em que você encontrar a luz.
– Ah. Então continua tentando porque tá meio escuro aqui ainda.
– Pois não, irmã Dulce.

O encontro de irmã Dulce com a luz foi muito forte, intenso.
O mosteiro todo estremeceu, o terço se desfez, e o seu corpo enrigeceu.
Rosalina foi junto. Era muito amor.

A Madre Superiora, coberta de uma inveja mais negra que seu hábito, ao ver a cena, estarreceu.
Então jogou cal, terra, argila – não necessariamente nesta ordem.
Jogou dizeres ofensivos também.

Enterrou ali seus prazeres mais doces, seus segredos mais puros.
E rezou, pra sempre.

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Tô na Folha!