Entenda como crenças fundamentalistas alimentam o preconceito e a agressão contra pessoas LGBTQIA+ no Brasil e no mundo
O fundamentalismo religioso se impõe como uma força que atravessa gerações e fronteiras, moldando a maneira como muitas sociedades encaram a diversidade, sobretudo a comunidade LGBTQIA+. Eduardo Ribeiro Mundim, médico endocrinologista e profundo conhecedor da temática transgênera, destaca que essa violência não nasce do nada, mas é amparada por uma teia complexa de fatores que envolvem a tradição cristã, o sentimento cultural de repulsa, interesses políticos e a crueldade humana.
O medo como raiz do fundamentalismo
O fundamentalismo religioso nasce do medo: o temor de que valores e crenças tradicionais possam ser questionados ou rejeitados. No início do século XX, potências europeias e norte-americanas combinaram fé, ciência e poder militar para manter estruturas sociais rígidas e preservar sua hegemonia. Isso refletiu na forma como essas sociedades passaram a ver as diferenças, especialmente no que diz respeito à sexualidade e identidade de gênero.
O impacto na vida LGBTQIA+
Para a população LGBTQIA+, o fundamentalismo é um mecanismo que legitima o preconceito. Pessoas intersexo são vistas como anomalias; pessoas homossexuais e bissexuais enfrentam condenação teológica baseada em leituras literais e distorcidas das Escrituras; pessoas transgêneras são desconsideradas em sua identidade e negadas em seus direitos de existir plenamente. Essa visão não leva em conta os avanços da ciência, da história e da sociologia, sustentando um discurso que alimenta a exclusão e a violência.
Violência apoiada em múltiplas fontes
O preconceito contra a comunidade LGBTQIA+ é alimentado por diversas fontes: desde interpretações religiosas tradicionais até o sentimento cultural de nojo contra o diferente. Além disso, essa violência é reforçada por interesses políticos que buscam votos em campos majoritários e pela maldade humana que facilita a agressão verbal, moral, social e física contra grupos minoritários.
Desafios e resistências
Desarmar esse mecanismo de morte exige esforços múltiplos e contínuos. Apesar do cenário desafiador, muitas vozes dentro e fora das religiões buscam uma fé encarnada, acolhedora e que reconheça a dignidade plena das pessoas LGBTQIA+. É um chamado para que a sociedade se una na luta contra o fundamentalismo que mata, que exclui e que silencia.
Como nos lembra o padre Júlio Lancelotti, mesmo sabendo que essas batalhas são difíceis e que a vitória pode parecer distante, a luta pela justiça e pelo respeito continua sendo essencial e urgente.
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