Zander Murray, o único jogador de futebol abertamente gay da Escócia, expressou suas preocupações sobre a decisão da FIFA de conceder à Arábia Saudita a sede da Copa do Mundo de 2034. Murray, que se assumiu gay em 2022, acredita que essa escolha representa uma oportunidade para que a FIFA e países do Oriente Médio iniciem “conversas significativas” sobre os direitos humanos da comunidade LGBT. A Arábia Saudita é conhecida por suas leis severas que criminalizam relações entre pessoas do mesmo sexo, podendo resultar em penas severas, como a execução.
Murray ficou chocado com a decisão da FIFA, mas em vez de esperar uma reversão, ele se comprometeu a destacar o terrível histórico de direitos humanos do país e a pressionar seu governo a mudar. Ele mencionou que enquanto os fãs de futebol heterossexuais têm direitos básicos garantidos, pessoas LGBT enfrentam uma realidade muito mais perigosa. Em suas palavras, “nossa existência é punível com a morte. A deles não é”.
O ex-jogador de Glasgow, que se aposentou recentemente, destacou que a Arábia Saudita havia banido roupas e itens em cores do arco-íris, visto como um sinal de apoio à homossexualidade, e questionou a segurança prometida aos torcedores LGBT durante o torneio. Além disso, ele ressaltou que uma pesquisa realizada pela Out Leadership revelou que 40% dos sauditas consideram a homossexualidade um crime, e a maioria se sentiria desconfortável em ter um vizinho LGBT.
Murray também criticou a falta de ações efetivas no futebol, mencionando que a recusa de alguns jogadores em usar itens em apoio à causa LGBT é uma distração do verdadeiro objetivo de promover a igualdade. Ele defende que ações concretas e conversas significativas devem ser priorizadas para que mudanças reais possam ocorrer. Desde que se assumiu, ele tem se dedicado a educar jovens jogadores sobre a importância da inclusão e da aceitação no esporte, com planos de expandir suas palestras para ligas fora da Escócia.
“Se houvesse um jogador como eu na Arábia Saudita, poderia causar uma revolução, mas também poderia levar a uma compreensão de que eles devem deixar o garoto jogar futebol”, concluiu Murray, reafirmando seu compromisso com a luta pelos direitos LGBT no futebol e além.