Em Holy War, uma pequena cidade dentro do estado de Oklahoma (EUA), um garoto transgênero destemido e determinado está desafiando o sistema. Elliot Bell, de apenas 15 anos, decidiu processar o Departamento de Educação dos Estados Unidos, lutando pela igualdade e pelo direito de todos os jovens transgêneros.
A ação tem como principal objetivo impugnar uma lei recentemente aprovada em Oklahoma. A lei HB 1775 proíbe qualquer ensino ou treinamento em escolas públicas que possa causar desconforto para um aluno ou funcionário sobre seu próprio preconceito racial ou sexual.
Elliot, que recentemente começou sua transição de gênero, alega que falar sobre sua experiência trans para seus colegas agora seria considerado ilegal. Afinal, caso algum colega se sinta desconfortável com a temática trans, a escola estaria infringindo a referida lei.
A American Civil Liberties Union (ACLU) de Oklahoma está apoiando a luta de Elliot, juntamente com a ACLU nacional. A advogada de Elliot, Allie Shinn, da ACLU local, argumenta que a lei HB 1775 é inconstitucional.
Em suas palavras, ela acredita que “toda criança merece um ambiente de aprendizado onde possam ser elas mesmas sem medo. Essa legislação força as escolas a discriminarem estudantes marginalizados, como Elliot, ao impedir discussões em sala de aula.”
A equipe jurídica de Elliot acredita que esta luta poderá ter impacto em todo o país. Eles alegam que esta lei não é apenas anti-trans, mas também limita a liberdade de expressão de todos os alunos nas escolas públicas de Oklahoma.
Nesta mesma onda, outras organizações e indivíduos transgêneros estão processando os estados norte-americanos devido à legislações discriminatórias. Como exemplo, recentemente no Tennessee, mais dois alunos transgêneros processaram o estado por uma lei que proíbe os estudantes trans de usar banheiros e vestiários correspondentes ao seu gênero.
A luta pela igualdade está longe de acabar. Mas, através de jovens como Elliot Bell que estão dispostos a desafiar o sistema, um futuro mais justo e igualitário parece cada vez mais possível. Em última análise, o processo de Elliot não é apenas uma batalha por direitos trans, mas também uma batalha para garantir a liberdade de expressão para todos os jovens na educação.