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Gay agredido na Cantho diz que processará clube

No último domingo (14/06), após participar da Parada Gay, o empresário Celso N., de 44 anos, foi se divertir com amigos no clube Cantho, localizado no Arouche, região central de São Paulo. Mas o que era para ser uma celebração, virou pesadelo: Celso foi agredido dentro da boate por um grupo de cinco pessoas e, agora, quer processar os proprietários por omissão de socorro.

Em nome de Celso, o ex-companheiro, Ailton Botelho, do site Vipado, falou à reportagem do site A Capa sobre o ocorrido. Na versão de Botelho, por volta das 6h da manhã, Celso e outros dois amigos se divertiam na área VIP da Cantho quando o empresário foi "espancado", nas palavras dele, pelo companheiro de uma travesti que também estava no local. "Celso nem sequer tocou na travesti e, sem nenhum motivo, o namorado disse que ele estava dando em cima dela", conta. Após receber socos e pontapés, Celso ficou desacordado no chão e não teria recebido atendimento por parte da equipe do clube.

Ainda de acordo com Botelho, no camarote não havia seguranças, que, após o incidente, não prestaram socorro a Celso. "O único que veio ajudar foi um bombeiro, que levou meu amigo a uma sala que provavelmente era usada por gogo boys da casa", ironiza Botelho. Mesmo tendo solicitado ajuda à equipe da Cantho, Botelho, que voltou ao clube após receber uma ligação de um dos seguranças, diz que ele mesmo teve que pedir e pagar o táxi que levou Celso ao hospital 9 de Julho, onde o empresário se submeteu a uma tomografia. "Estamos revoltados com o clube, porque, além de não terem se oferecido para pagar a comanda no valor de R$ 50, eles não me ajudaram a chamar um táxi", conta. "Eu mesmo tive que sair com o Celso todo ensanguentado e fazer isso."

No hospital, Botelho ficou sabendo que Celso tinha fraturado o nariz e perdido dois dentes. Nos próximos dias, o empresário ficará sabendo se precisará de uma cirurgia plástica. "Fomos depois à delegacia localizada à rua Estados Unidos, mas o delegado solicitou que fôssemos à DP da rua Aurora, que cuida da região", diz. "O fato é que só conseguimos registrar um Boletim de Ocorrência e ainda fazer o exame de corpo de delito ontem (quarta-feira)."

Para piorar, relata o amigo de Celso, os seguranças da casa sabiam quem eram os agressores. "Eles simplesmente deixaram essas pessoas saírem do clube e não fizeram nada", protesta. O empresário, que não quis falar com a reportagem alega estar "muito abalado" com o ocorrido, está sendo medicado em casa, ainda sofrendo com dores em todo o corpo.

Outro lado
Procurado pela reportagem, o clube Cantho, por meio de sua assessoria de imprensa, disse que está "apurando os fatos" e "tomando todas as medidas cabíveis" para verificar o que aconteceu.

Leia abaixo o comunicado enviado à redação do A Capa:

"Em atendimento a esclarecimentos solicitados pelo jornalista do site A Capa sobre o evento ocorrido na manhã de segunda-feira 14 de junho de 2009, envolvendo a agressão entre frequentadores da Boate Cantho, informamos o que segue.

Preliminarmente, aduzimos que a boate completou 03 (três) anos neste mês de junho, funcionando todas às sextas, sábados e domingos ininterruptamente, conta com um serviço de qualidade e com a frequência de um público seleto, do nível do empresário que se envolveu no ocorrido, aliás, um frequentador constante da casa. Este foi o único evento de agressão ocorrido entre frequentadores nos três anos em que a casa funciona.

A direção da casa se reuniu e conversou, na terça feira p.p, com todos seus funcionários e demais colaboradores que estavam no momento do ocorrido, obtendo como informação de alguns que prestaram auxílio, após o episódio, em síntese, o que segue:

A agressão envolveu alguns frequentadores e durou poucos 15 segundos, ato contínuo o ocorrido 5 (cinco) pessoas do staff da casa estavam prestando auxílio a um dos envolvidos na briga que estava ferido. O bombeiro que presta serviços na casa juntamente com outros profissionais e os amigos que o acompanhavam o levaram para uma área reservada no sentido de acomodá-lo melhor e oferecer a atenção necessária. Sem saber responder o que havia acontecido ou informar quem seriam as outras pessoas envolvidas na agressão, foi oferecido o auxílio no sentido de levá-lo a um hospital, o que foi recusado e foi solicitado por ele que fosse feita uma ligação para o celular de um amigo para que ele pudesse vir buscá-lo, no que foi prontamente atendido. Após, foi auxiliado por profissionais da casa e pelos três amigos que o acompanhavam para a porta de entrada onde aguardaram seu amigo chegar. Após a chegada de seu amigo, saiu informando que iria para um hospital.

A diretoria, funcionários e outros colaboradores que prestaram auxílio lamentam muito o ocorrido e estão à disposição das autoridades competentes para prestar as informações necessárias e punir os responsáveis pelo ocorrido.
 
Atenciosamente,
Dir. O Cantho"

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