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Gays 1 x 0 evangélicos


 

Acredito piamente na função social do jornalismo. A notícia pela notícia morre rápido, ainda mais em tempos de internet.

Na semana passada, recebi um e-mail da escritora Lúcia Facco, lésbica assumida, que denunciava um caso evidente de discriminação contra seu livro recém-lançado, "Era uma Vez um Casal Diferente".

Entre outras coisas, o blog Profecia, administrado por um evangélico, dizia que nós homossexuais somos "ditadores da imoralidade", que a obra de Facco é "perniciosa" e que a autora visa "difundir o comportamento [homossexual] entre o público infanto-juvenil". Essas e outras asneiras não podem ser levadas muito a sério, mas é legítima a tentativa da escritora em querer se defender.

Hoje, recebi o seguinte e-mail de agradecimento. Eis um pequeno trecho:

Não vou seguir adiante com nenhum processo ou coisa que o valha. Eu tenho a minha vida, graças a Deus, muito feliz, com muito trabalho e coisas para me preocupar. Penso que aqueles que vivem atacando e criticando os outros, devem ser pessoas muito infelizes. Deixe que a raiva e o preconceito se esgotem neles mesmos. Desejo que um dia tenham vidas felizes o suficiente para deixá-los satisfeitos e ocupados com elas.

É o jornalismo com poder de mudança, de auto-reflexão, de crítica e denúncia. Só para você ter uma ideia, antes da nossa matéria, apenas duas pessoas haviam comentado no post sobre a escritora. Menos de uma semana depois da reportagem, 48 pessoas, a maioria delas, manifestaram-se a favor da autora, apoiando-a e incentivando-a a continuar nessa "batalha".

Com perdão do clichê, a união faz a força. Chega de segregação. Não consigo imaginar que, em pleno século XXI, dentro do segmento gay, existam separatismos caducos e ultrapassados, que fazem mal para nossa própria imagem na sociedade e que não contribuem absolutamente nada para nossa evolução.

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