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Gays são Geysis em vestidos rosas

Muito se falou do caso Geysi, a menina da Uniban que foi ofendida pelos colegas de faculdade há pouco mais de um mês, e seu vestido rosa. A bunita foi capa de revistas, assunto de editoriais e colunas na Folha e em outros jornais e revistas, blogs, twitters e, como não poderia deixar de ser, programas de tv.

Acho que uma coisa  pouco falada foi a questão do machismo envolvendo toda a história. Quer dizer, até falaram, mas o que vi ou li a respeito era sempre sobre homens não saberem se comportar diante do desejo que as mulheres "modernas" provocam. Que há uma crise de identidade no masculino há um bom tempo é fato, mas não é novidade.

Vi também isolarem o caso, como se fosse um problema da Uniban. No Orkut um cara postou em uma comunidade gay o fato de alunos da Usp estarem puto com o acontecido na Uniban. Ao olhar o tópico os comentários eram os mais idiotas possíveis, chamando a faculdade de Unibambi. Oi?

Não vi ninguém falar do machismo como um problema endêmico e cotidiano deste país. Sabe, estudei/estudo (entrego finalmente minha monografia semana que vem) na Uninove e o que aconteceu na Uniban poderia ter acontecido em QUALQUER universidade brasileira.

Essa história toda lembra muito quando dois estudantes gays da Usp foram expulsos de uma festa após se beijarem. Também vejo semelhança entre o episódio e  uma agressão homofóbica ocorrida ano passado a um estudante da UFMG no ano passado. Felizmente, no último caso, a reitoria agiu rápido.

Os comentários dos estudantes dessas universidades são tão nojentos que, como diria Katylene, tragam o balde. É um tal de quererem justificar a violência contra os gays, que dá até asco. Afinal, se um gay botou em cheque minha masculinidade ou me deu uma cantada ele merece apanhar, né? E é muito mais compreensível gays apanhando do que mulheres. Affff

Surpreendentemente, descobri este final de semana que a Geysi participou do Casseta & Planeta na semana passada. Fizeram  uma paródia do caso e criaram no humorístico (oi?) a Unibuka, onde Geysi aparecia em uma espécie de burca que ia até sua coxa.

                                                     

O slogan da universidade fictícia? A universidade para quem não é chegado. Oi? Oi? Oi? Oi? Oi? Oi? Oi? Oi? Oi? Oi? Oi? Oi? Oi? Oi? Oi? Oi? Oi? Oi? Oi? Oi? Oi? Oi? Oi? Oi? Oi? Oi? Oi? Oi? Oi? Oi? Oi? Oi? Oi? Oi? Oi? Oi? Oi? Oi?

Olha, eu não gosto da fruta, mas nem por isso quero que as mulheres  andem inteiramente cobertas por aí. Pelo contrário. Por mim, todo mundo andaria pelado, tal qual nascemos. Duas das minhas melhores amigas no período da faculdade usavam saias curtas e eu adorava! Até  ficava babando por elas. 

Mas alguém me responde até quando as bichas têm que servir de bode expiatório? As pessoas ainda acham graça nessas piadas boçais produzidas pelo Casseta & Planeta? Sério mesmo?

O caso já é tão sociedade do espetáculo que, pela fama, Geysi foi ajudar a fazer uma piada com o mesmo teor machista daqueles que queriam estuprá-la. Vai entender.

Veja fotos do casamento de pastores gays cariocas

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