O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) foi o convidado do programa "Saia Justa" do canal GNT dessa última quarta (3), cujo um dos temas foi o casamento gay.
Jean foi sabatinado pelas quatro apresentadoras da atração, Astrid Fontenelle, Barbara Gancia, Maria Ribeiro e Mônica Martelli, e provou porque é o grande nome do ativismo LGBT do Brasil no momento.
Logo no começo do programa foram exibidos depoimentos colhidos nas ruas de São Paulo justamente sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Parte dos entrevistados opinaram contra e outros a favor.
Jean rebateu a opinião de uma das jovens da reportagem, que disse que a família tem que ser formada por um homem e uma mulher.
"Me irrita essa ideia de família. Ela precisa se atualizar, hoje o conceito de família é baseado no afeto. É por isso que hoje as uniões estáveis homoafetivas são aceitas", disse o deputado.
Jean também comentou o porquê do héteros se sentirem tão ameaçados com o avanço da comunidade gay. "São preconceitos arraigados. Uma falta de disposição das pessoas de questionarem o mundo a volta. De perceberem que o mundo mudou".
O deputado afirmou que o Brasil está defasado em cerca de vinte anos na defesa dos direitos dos homossexuais comparado aos Estados Unidos e à França, onde os presidentes Barack Obama e François Hollande já assumiram publicamente seu apoio à união homoafetiva.
Pegando carona na história, Astrid perguntou porque a presidente Dilma ainda não se posicionou a respeito do tema. "Acho que Dilma está refém dessas forças conservadoras que compõem o governo dela. É um governo de coalizão, com uma coligação partidária muito ampla, com conservadores fundamentalistas religiosos nessa base. Ela é refém", comentou ele sobre a postura da presidente.
Jean lembrou que na Argentina o casamento gay já é um direito civil, tendo sido um dos motes da campanha de reeleição de Cristina Kirchner e que no Uruguai a união está prestes a receber o amparo da lei.
Wyllys ainda comentou as declarações polêmicas de Joelma para a revista "Época", onde a cantora dissse acreditar na "cura" da homossexualidade. "Ela perdeu uma boa oportunidade de ficar calada", disse Jean.
"Ela tem um público gay enorme, se veste de uma forma sensual que beira a vulgaridade, já recorreu a muitas cirurgias plásticas para ficar de acordo com o que imaginou para si e não quer dar o direito de as pessoas serem como são, defendendo, por exemplo, a cura para a homossexualidade". Recorrendo a um trecho da música "Nos barracos da cidade", de Gilberto Gil, Jean concluiu: "Gente estúpida, gente hipócrita. É o que eu posso dizer dessa mulher".
O GNT não disponibiliza o programa na íntegra na internet, mas é possível ver a entrevista completa de Jean nesse vídeo do You Tube abaixo. A qualidade da imagem não é boa, mas dá para conferir todas as declarações do deputado.