O primeiro-ministro da Inglaterra, Gordon Brown, pediu desculpas pelo trato das repartições públicas em relação ao cientista Alan Turing, criador da teoria da computação que se suicidou em causas até hoje não esclarecidas.
Gordon Brown disse que "milhões de pessoas estão pedindo justiça para a Alan Turing e o reconhecimento da forma horrorosa como foi tratado". "Turing teve que enfrentar as leis da época (que criminalizavam a homossexualidade)", disse o primeiro-ministro, que revelou se sentir honrado por ter a oportunidade de dizer que sentiu "profundamente" tudo o que o Turing teve que enfrentar.
Brown lembrou ainda que, assim como Turing, "milhões de homens gays foram condenados por conta de leis homofóbicas que impuseram tratamentos horríveis e esses homens, que foram obrigados a viver com medo de serem condenados". Gordon disse ter orgulho dos tempos atuais e salientou que seu governo tem trabalhado nos últimos doze anos (Brown é do mesmo partido do antigo primeiro ministro Tony Blair) para "facilitar a vida da população LGBT e que estes sigam o caminho da igualdade".
O pai da informática
Alan Turing é considerado o pai da informática e contribuiu de forma decisiva para a derrota do nazismo, pois conseguiu decifrar o trajeto dos mísseis nazistas. Porém, com a descoberta de sua homossexualidade pelas autoridades britânicas, as coisas mudaram. De herói passou a ser perseguido.
O Estado britânico o obrigou a escolher entre o cárcere ou a castração química. O cientista optou pela segunda alternativa. Pouco tempo depois de completar 42 anos, Turing se suicidou. Porém, há inúmeras teorias que apontam que ele tenha sido assassinado pela inteligência britânica.